Após ser demitido por conta do escândalo de assédio sexual, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães está no centro de outras acusações de coação moral contra os funcionários da empresa. Áudios enviados em grupos de colaboradores no WhatsApp, aos quais o Correio teve acesso, revelam sessões de intimidações e xingamentos do ex-gestor aos subordinados (ouça abaixo).
Em uma reunião, Guimarães pede a Celso Leonardo Derziê, vice-presidente, para anotar os CPFs de todos os que estavam presentes, para que fossem punido se o teor da reunião vazasse.
"Quem for responsável, vai deixar de ser. Ou o vice-presidente, ou o diretor, ou o superintendente nacional, ou o gerente nacional... Eu quero o CPF de todo mundo", disse ele.
Outra gravação mostra o ex-presidente da Caixa esnobando a opinião dos demais gestores e funcionários do banco. "Não é aceitável. E de novo, caguei para a opinião de vocês, por que é eu quem mando. Isso aqui não é uma democracia. É a minha decisão", declarou.
Em outro áudio encaminhado no aplicativo de troca de mensagens também indica Pedro Guimarães intimidando os funcionários e insinuando perda de cargos. “Vocês só têm a perder. Cara, são malucos, não tenho que ligar para ninguém. Se deu, ok. Se não deu, ok. E acabou. Por que vocês vão tomar o risco de perder a função por uma coisa que eu não autorizei”, disse.
Assédio sexual
Desde a última terça-feira (28/6), tornaram-se públicos os relatos de mulheres que acusam Pedro Guimarães de assédio sexual. Elas relatam abraços forçados, insinuações constantes e toques nas partes íntimas. As denúncias embasaram uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a conduta do ex-presidente da Caixa e elevaram a pressão para que ele deixasse a gestão do banco.
No ano passado, Guimarães se envolveu em outro momento controverso de sua administração. Ele colocou funcionários do banco para fazer flexões durante uma confraternização de fim de ano da instituição em um hotel em Atibaia (SP). Entidades de classe reagiram de maneira diante do caso e classificaram a ação como assédio moral.
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