Diante de uma plateia de empresários, os pré-candidatos à Presidência Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) se comprometeram, ontem, com uma reforma tributária. Ao participarem da sabatina da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os dois colocaram o assunto como prioritário.
A senadora, porém, disse que se empenharia em fazer a reforma nos seis primeiros meses de seu eventual governo. Ela salientou que é preciso priorizar a redução de impostos sobre a produção, com maior taxação do consumo. Defendeu, também, a criação de um fundo regional de desenvolvimento para estimular a atração de investimentos para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Tebet voltou a propôr a criação do Ministério do Planejamento e Orçamento, segundo ela instrumento capaz de retomar a capacidade do governo federal de formular políticas de aplicação de recursos públicos. "Arrecadamos muito, mas arrecadamos mal. Gastamos muito e gastamos mal", disse ela à plateia de empresários.
A senadora também defendeu a agenda socioambiental, que assegura investimentos na chamada economia verde, na sustentabilidade. "O Brasil precisa mostrar para o mundo que nós não pensamos como o presidente da República (referindo-se a Jair Bolsonaro). Temos que provar que nosso agro é sustentável, que nossa indústria está comprometida com a sustentabilidade. Temos condições de recolocar o Brasil no centro da geopolítica mundial com a economia verde", afirmou.
Já Ciro, além de não poupar críticas ao patamar atual da taxa básica de juros no Brasil — que está em 13,25% ao ano, algo que considera "equivocado" —, foi enfático que sem uma reforma tributária o país continuará convivendo com uma carga de impostos que "joga mais de 50% das empresas do país na informalidade".
Ciro lembrou que, no Brasil, existem "seis tipos de imposto sobre valor agregado", enquanto "o resto do mundo tem apenas um". Ele, porém, não se comprometeu com um prazo para elaborar, votar e aprovar essa reforma.
O pedetista defendeu o fim da reeleição presidencial — "temos que abrir mão da reeleição e fazer o que tem que fazer", afirmou. Ciro defendeu uma política de estímulo ao crédito para o consumo e o financiamento de empresas, que estão com taxas de endividamento "elevadíssimas".
"O emprego e a renda estão deprimidos e em níveis recordes. A renda está em seu pior momento e, se não tem emprego, a única política pública é no crédito popular, pois 77,8% das famílias estão no recorde de seu endividamento. A mesma coisa para as empresas. Os empreendedores e empresários estão à beira do calote com o patamar de juros, que é impagável", disse.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.