O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender pautas ideológicas, nesta quarta-feira (29/06), em evento junto ao empresariado. Durante participação no Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos à Presidência da República para as eleições 2022, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o chefe do Executivo insinuou que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), quer que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva seja eleito para descriminalizar o aborto no país.
“Eu sei que cada um é livre aqui, o seu pensamento né, de achar que tem que ser favorável ou não. Mas com a minha religião, como a de 90% de cristãos no Brasil, somos contra isso. Há poucos dias o ministro Barroso falou que não existe clima ainda para discutir o aborto no Brasil. Deixo claro: não se precisa do parlamento para aprovar o aborto. Precisa apenas do STF. E foi a Suprema Corte que aprovou o aborto na Colômbia”, alegou.
“Aqui, talvez o Barroso tenha falado que não tem clima ainda porque ele espera, caso Lula eleito, botar mais dois lá com esse perfil no Supremo e eles passam a legislar lá de dentro”, completou.
Bolsonaro acusou ainda ativismo judicial por parte do Supremo. “A gente lamenta, mas o ativismo judicial existe no Brasil e a gente lamenta porque medidas que têm que ser tomadas pelo governo, Executivo, não são tomadas. Vem para o Judiciário. Assim como medidas do Legislativo sofrem interferência do nosso poder Judiciário. O que nós queremos realmente: são os três poderes livres harmônicos e independentes e cada um dentro do seu quadrado e todos dentro das quatro linhas da Constituição”.
O chefe do Executivo ainda falou sobre ideologia de gênero e legalização das drogas. “A gente vai pelas pautas conservadoras. Cada um tem o direito de levar a vida como bem entender, ninguém tem nada com isso. Agora querer impor uma ideologia de gênero nas escolas, tentando sexualizar nossas crianças a partir de 5, 6 anos de idade, isso é um crime, não podemos admitir isso daí”.
“Também se fala em liberar drogas, vamos para os EUA. Vejam o que aconteceu com alguns estados que liberou as drogas”, concluiu.
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