A pré-candidata do MDB à Presidência da República, senadora Simone Tebet, revelou que já foi vítima de assédio sexual no ambiente de trabalho. “O mínimo que se exige de respeito à mulher no mercado de trabalho é o respeito à sua condição de ser mulher. Eu já sofri assédio sexual no ambiente de trabalho. Já sofri assédio moral no ambiente político. Mulheres não podem e não vão aceitar esse assédio”, declarou a pré-candidata, na entrevista coletiva que concedeu após a sabatina promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (29/6), em Brasília.
Ao Correio, Tebet deu mais detalhes sobre a agressão que sofreu. Disse que o fato ocorreu quando ela era estagiária de Direito na Universidade do Rio de Janeiro (Uerj). Segundo ela, foi uma “tentativa física de um chefe”. Ela considera essa uma questão delicada, porque não houve denúncia na época - “não tinha provas nem nada” -, e que ela decidiu pedir demissão do estágio.
“Depois disso eu comecei a ser autônoma e não tive mais esse problema de assédio hierárquico. Eu tinha uma situação financeira favorável, não dependia do emprego, então me afastei”, contou ela. Mas ressalvou que essa não é a realidade da maioria das mulheres. “Não é isso que acontece no ambiente de trabalho, tem aquelas mulheres que dependem do emprego e ficam arrastando a situação acreditando que vai parar, que vai melhorar, e a tendência é só aumentar a agressão, até com tentativas mais séria em relação a violações ao corpo da mulher.”
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Respeito à mulher
O tema foi levantado na entrevista coletiva por causa da denúncia contra o presidente da Caixa Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual por funcionárias do banco estatal. Ela defendeu a “demissão sumária” de Guimarães, “com amplo direito de defesa”.
“O mínimo que se exige de respeito à mulher no mercado de trabalho é o respeito a sua condição de ser mulher. Eu já sofri assédio sexual no ambiente de trabalho. Já sofri assédio moral no ambiente político. Mulheres não podem e não vão aceitar esse assédio”, declarou a pré-candidata.
Ela disse que qualquer assédio deve ser punido, mas defendeu políticas públicas, a partir da educação, que mudem o que chamou de “cultura” da discriminação da mulher no país. “Temos que rever nosso código penal, mas precisamos avançar na prevenção”, declarou.
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