"Uma vida inteira pautada pela ética", diz Guimarães em meio a denúncias de assédio

Pedro Guimarães afirmou nesta quarta-feira (29/6) ter "muito orgulho do trabalho" dos funcionários da Caixa e "da maneira como eu sempre me pautei em toda a minha vida"

Cristiane Noberto

postado em 29/06/2022 11:51 / atualizado em 29/06/2022 17:16

(crédito: Ed Alves/CB)

Em meio às denúncias de assédio sexual, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, participou da abertura oficial do lançamento do Plano Safra 2022/23, na manhã desta quarta-feira (29/6), acompanhado da esposa, Manuella Pinheiro Guimarães. Ele agradeceu a presença dela e disse se orgulhar de uma “vida inteira pautada pela ética”. 

"Eu quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa, acho que de uma maneira muito clara, são quase 20 anos juntos, dois filhos e uma vida inteira pautada pela ética que tanto é verdade que quando eu assumi o banco", disse em cerimônia fechada para a imprensa.

Guimarães ainda continuou dizendo que tem "muito orgulho do trabalho" dos funcionários da Caixa e "da maneira como eu sempre me pautei em toda a minha vida".

Ainda na noite de ontem, após a divulgação das denúncias de assédio, a Caixa enviou um comunicado à imprensa cancelando a participação de Pedro Guimarães em coletiva de imprensa que seria realizada na manhã de hoje. 

"A CAIXA informa que o pronunciamento e a coletiva de imprensa sobre a estratégia do Ano Safra 2022/23, previstos para acontecer nesta quarta-feira (29/06), na CAIXA Cultural Brasília, foram cancelados", diz o comunicado.

Demissão

Em reunião urgente ocorrida na noite de terça-feira (28/6), no Palácio da Alvorada, Bolsonaro e seus aliados teriam decidido que as denúncias são graves e podem manchar a reputação do chefe do Executivo com o eleitorado feminino, público que ele luta para conquistar votos.

Os ataques mais veementes contra a permanência de Pedro Guimarães na Caixa partiram do Centrão. Há tempos eles se mostram preocupados com mau desempenho de Bolsonaro com o eleitorado feminino. Semanas atrás, os líderes chegaram a defender o nome da ex-ministra da Agricultura Teresa Cristina para ser vice na chapa da reeleição, mas a ideia não prosperou. Com as denúncias de assédio sexual na Caixa, o presidente resolveu, na noite de ontem, demitir Pedro Guimarães da presidência do banco.

Segundo apurou o Correio, a expectativa seria tentar emplacar um nome feminino no lugar de Guimarães. 

Abusos

Em matéria publicada ontem pelo portal Metrópoles, um grupo de funcionárias da Caixa denunciou situações de abuso sexual por parte de Pedro Guimarães. As mulheres relataram toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com a relação entre o presidente da instituição e suas funcionárias.