Governo

Saída de presidente da Caixa é iminente após denúncias de assédio sexual

Aliados do presidente Bolsonaro avaliam que a situação de Pedro Guimarães é insustentável. Segundo apurou o Correio, a expectativa é tentar emplacar um nome feminino no lugar de Guimarães.

Denise Rothenburg
Cristiane Noberto
postado em 29/06/2022 08:30 / atualizado em 29/06/2022 08:33
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O governo Jair Bolsonaro montou uma operação emergencial para estancar a crise política envolvendo o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. O executivo é acusado de assédio sexual, em uma investigação sigilosa em curso no Ministério Público Federal, segundo reportagem do jornalista Rodrigo Rangel, no Metrópoles. 

Em reunião urgente ocorrida na noite de terça-feira (29/06), no Palácio da Alvorada, Bolsonaro e seus aliados decidiram que as denúncias são graves e podem manchar a reputação do chefe do Executivo com o eleitorado feminino, público que ele luta para conquistar votos.

Os ataques mais veementes contra a permanência de Pedro Guimarães na Caixa partiram do Centrão. Há tempos eles se mostram preocupados com mau desempenho de Bolsonaro com o eleitorado feminino. Semanas atrás, os líderes chegaram a defender o nome da ex-ministra da Agricultura Teresa Cristina para ser vice na chapa da reeleição. Mas a ideia não prosperou. Com as denúncias de assédio sexual na Caixa, o presidente resolveu, na noite de ontem, demitir Pedro Guimarães da presidência do banco. 

Segundo apurou o Correio, a expectativa agora é tentar emplacar um nome feminino no lugar de Guimarães. 

Notificação por flexões

Não é a primeira vez que autoridades recebem denúncias quanto à conduta de Pedro Guimarães. No fim do ano passado, durante um evento de metas, o executivo pediu a funcionários da Caixa que fizessem flexões de braço. 

O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal notificou Guimarães e recomendou que o presidente da instituição se abstenha de submeter os colaboradores a casos de mesmo teor e outras ‘situações de constrangimento no trabalho’ sob pena de abertura de um procedimento investigatório e adoção de medidas para correção da conduta, sem embargo de responsabilizações civil, criminal e administrativa’.

O texto do MPT-DF destacou que o gesto consistia em violência psicológica, tendo o ‘condão de produzir graves consequências à saúde mental dos trabalhadores’.

Nas denúncias de assédio, funcionárias do banco relatam os abusos. Guimarães é acusado de passar a mão nas mulheres, convidá-las para quartos de hotel em viagens, além de cometer assédio verbal. 

A expectativa é de que a saída de Pedro Guimarães seja oficializada nas próximas horas. Até o momento, ele não se pronunciou. 

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