O advogado Frederick Wassef, que representa o presidente Jair Bolsonaro (PL), disse, na noite desta sexta-feira (24/6), que o chefe do Executivo não interferiu na Polícia Federal no caso do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que vê indícios de um comportamento ilícito por parte do chefe do Executivo nas investigações que apuram um suposto esquema para liberação de verbas do MEC.
“Jamais, nunca interferiu na Polícia Federal. Nem nessa investigação e nem em qualquer outra. O que estamos dizendo nada mais é do que a repetição do mesmo modus operandi criminoso que fizeram na época do ex-ministro Sergio Moro, quando também o acusaram de interferir”, defendeu Wassef.
Wassef ainda criticou o vazamento dos autos do processo. “Houve a prática de graves crimes por funcionários, autoridades públicas aqui de Brasília que, criminosamente, estão vazando a conta gotas o referido material de um inquérito que tramita em segredo de Justiça”, disse.
Áudios vazados
A suspeita nasceu após o delegado federal Bruno Calandrini, que comandou a operação, afirmar que houve interferência na condução da investigação. Segundo o investigador, a corporação teria dado tratamento diferenciado ao aliado de Bolsonaro e o ex-ministro não foi levado de Santos, litoral paulista, para Brasília por conta de uma decisão superior.
Em seguida, foram divulgados áudios na imprensa, gravados com autorização da Justiça, em que Ribeiro diz à própria filha que o presidente o avisou sobre o avanço da operação da PF — que resultou em sua prisão. Ele diz que Bolsonaro teve um “pressentimento” a respeito de uma busca e apreensão da polícia.
“A única coisa meio... hoje o presidente me ligou... ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”, disse o aliado do presidente. “Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão... em casa... sabe... é... é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né”, completou.
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