PP contra uma CPI

Correio Braziliense
postado em 22/06/2022 00:01

O PP decidiu não apoiar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Preço dos Combustíveis. A decisão teria partido do presidente da legenda, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Segundo deputados ouvidos pela reportagem, não há interesse em avançar com a CPI às vésperas das eleições. Além disso, a apuração poderia atingir parlamentares da Casa. Um deles destacou que o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi investigado no petrolão. "Ele não tem o mínimo interesse", sustentou. Lira deve assumir uma posição menos incisiva a respeito do tema.

Ao ser questionada, a deputada Celina Leão (PP-DF) afirmou que o sentimento é de deixar o Executivo tomar mais iniciativas. "Não vamos acelerar até o governo fazer o dever de casa", frisou.

O pedido de abertura da CPI, de autoria do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), começou a circular na segunda-feira. Para instalar o colegiado são necessárias 171 assinaturas.

Mesmo com recuo de parte da base aliada, Bolsonaro deve insistir na instalação da comissão. "Ele já falou, né? Difícil desistir", disse um parlamentar.

Líderes de partidos da oposição se reuniram com Lira, na residência oficial, também para tratar da CPI. Após o encontro, o líder do PT, Reginaldo Lopes (MG), afirmou, à imprensa, que o colegiado é "cortina de fumaça". "Eles não querem discutir, não querem resolver. Se de fato querem resolver o problema do preço, há outros caminhos mais curtos, que é na governança, na política de preço, é fazer um PPI (preço de paridade internacional) adequada", ressaltou.

A líder do PSol, deputada Sâmia Bomfim (SP), disse que "distracionismo não resolve preços". Ela também afirmou que haverá uma reunião dos partidos de oposição para decidir se apoiam ou não a CPI. (CN)

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