A Polícia Federal encaminhou, nesta terça-feira (14/6), ao Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório referente às buscas pelo indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Amazonas. No documento, ao qual o Correio teve acesso em primeira mão, testemunhas narram que o brasileiro já relatou ter sofrido ameaças na região e que a embarcação dos desaparecidos foi perseguida pelo principal suspeito, Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como "Pelado", que está preso desde o dia 7 de junho.
“Em 11/06/2022, uma testemunha com identificação protegida prestou depoimento à Polícia Federal no interesse do inquérito policial instaurado no âmbito da Delegacia de Polícia Federal em Tabatinga. A testemunha relatou que ouviu BRUNO dizer que estava sendo ameaçado por pessoas que não aceitavam as atividades de combate às ilegalidades recorrentes contra indígenas da região”, diz o documento.
“Entre as ameaças recebidas por BRUNO, algumas delas foram proferidas por “PELADO”, indivíduo tempos atrás teria efetuado disparos de arma de fogo contra a base local da FUNAI e, recentemente, ameaçado os “vigilantes” da região ostentando uma arma de fogo do tipo espingarda”, descreve a PF em outro trecho.
O Pelado indicado no relatório trata-se do apelido de Amarildo da Costa Pereira. Ele é pescador e, até o momento, é considerado o principal suspeito no sumiço dos ativistas. A testemunha descreveu as roupas que Bruno e Dom vestiam no dia do desaparecimento e afirmou que dois homens em outro transporte perseguiram os desaparecidos.
“Cerca de dois minutos após a embarcação de Bruno ultrapassar a do depoente, uma voadeira de alumínio, da cor verde, com motor 60 hp, ultrapassou a embarcação do depoente que o depoente reconheceu essa segunda embarcação que ultrapassou, de cor verde, como sendo a embarcação do “PELADO” viu que na embarcação havia mais um homem sem saber declinar quem seria somente que estava de roupa escura e manga cumprida”, diz trecho.
Dom e Bruno foram vistos pela última vez em 5 de junho, ao passar pela comunidade do Amazonas de São Rafael. De lá, partiram numa embarcação para uma viagem de cerca de duas horas, mas não foram mais vistos.
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