Para viabilizar a coligação com o MDB de Simone Tebet na corrida presidencial, o PSDB excluiu as negociações regionais do acordo da terceira via. O partido decidiu dar mais tempo à montagem dos palanques estaduais por causa dos conflitos que o recém-firmado compromisso provoca diante de potenciais aliados.
Há, inclusive, ameaça de rupturas. É o caso de São Paulo, onde o PSDB costura um amplo acordo com partidos de centro e de direita em torno da candidatura à reeleição do governador Bruno Garcia. Logo após o anúncio do apoio a Tebet, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), declarou que seu partido decidiu abandonar o acerto em torno de Garcia.
Bivar disse que a decisão não tem relação direta com a aliança MDB-PSDB-Cidadania, mas queixou-se de que Tebet não tem compromisso com a principal pauta do União, o imposto único. Assim, a legenda retomou conversações com o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).
Em outro flanco, o presidente da Câmara e um dos principais líderes do PP, Arthur Lira (AL), também queixou-se da aliança da terceira via, que, segundo ele, pode comprometer acordos firmados no estado dele. Pelas redes sociais, postou que "o Progressistas e o União Brasil estão firmes e unidos em fazer cumprir acordos políticos firmados com o PSDB em diversos estados". Reforçou que "quebrar o que foi acordado em Alagoas terá consequências à aliança, principalmente em São Paulo".
Briga local
Lira está em pé de guerra com o senador Renan Calheiros (MDB) pelo poder no estado. Enquanto Calheiros integra a coligação para reeleger o governador Paulo Dantas (MDB), Lira trabalha pela eleição de Rodrigo Cunha (União), que tem a deputada estadual Jó Pereira (PSDB) como vice.
"Estranho seria ver o PSDB romper o acordo com o PP e o União Brasil de resistência ao 'calheirismo' no estado", provocou Lira. Se isso acontecer, o presidente da Câmara assegurou que os dois partidos "deixarão a aliança em São Paulo com o governador Rodrigo Garcia".
Ao anunciar o apoio a Tebet, o presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), minimizar os conflitos estaduais. Citou São Paulo e Bahia como "estados-símbolo" da aproximação com o União Brasil, e considerou a querela em Alagoas como uma "questão específica".
"Na Bahia, nós votamos em ACM Neto (União Brasil) para governador. Tenho certeza de que vai acontecer a mesma coisa em São Paulo (o União votar no tucano Bruno Garcia)", declarou ele, indicando que vai tentar reverter a decisão de Bivar de retirar o apoio à reeleição do governador paulista. Segundo Araújo, a coligação com o União Brasil em São Paulo "estava absolutamente consolidada e nunca foi condicionada a qualquer tipo de aliança nacional". (VD)
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