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Sabatina do Correio: Tebet acredita na virada da 3 ª via

Senadora acredita que é possível romper a polarização e cobra mais ação do Congresso para conter alta de combustíveis

Victor Correia
postado em 01/06/2022 05:56 / atualizado em 01/06/2022 05:57
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A. Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A. Press)

A senadora e pré-candidata ao Planalto pelo MDB, Simone Tebet, afirmou, na sabatina realizada ontem pelo Correio Braziliense, que a pré-candidatura dela "é para valer", diferentemente do que ocorreu com outros concorrentes da terceira via. A presidenciável reiterou a intenção de atrair o voto feminino. Para Tebet, a participação das mulheres na política sempre foi difícil, por não poderem competir em pé de igualdade na disputa partidária.

"A minha pré-candidatura se faz firme e forte no dia a dia. Não vamos nos esquecer de que, no ano passado, estávamos diante de várias pré-candidaturas do chamado centro democrático", lembrou a senadora. "Uma a uma, elas foram caindo. Hoje nós praticamente temos o nosso nome e o nome do pré-candidato do União Brasil (Luciano Bivar)", afirmou Tebet.

A senadora disse não ter dúvidas de que seu nome chegará às convenções partidárias, previstas para agosto, pois conta com o respaldo de 90% dos diretórios estaduais do MDB. Ela lembrou, porém, que a candidatura não será apenas de seu partido, mas também do Cidadania — que já declarou apoio a Tebet — e do PSDB, caso a executiva nacional da legenda decida por manter o acordo e participar da chapa, indicando um vice.

Já em relação à possibilidade de enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas de intenção de voto, Tebet acredita que boa parte dos eleitores podem considerar mudar o voto ainda.

"Além dos 30% (que votam na terceira via), 20% dos eleitores de cada lado (Lula e Bolsonaro) estão prontos para poder mudar o voto, se se apresentar um projeto de país que realmente lhe agrade. E nós estamos prontos para conversar com o Brasil", afirmou a senadora.

Questionada sobre a aproximação de alguns caciques de seu partido com a candidatura de Lula, Tebet afirmou que não critica o diálogo, mas que o movimento não representa a totalidade do MDB.

"É até demérito diminuir o MDB a dois personagens, com todo o respeito que eu tenho a eles. Todo mundo só cita os dois ex-presidentes do Congresso Nacional, Eunício de Oliveira e Renan Calheiros. O MDB é muito maior que isso", disse a presidenciável.

Agenda econômica

Tebet também falou muito sobre os problemas econômicos nacionais. Em relação à alta no preço dos combustíveis, ela se mostrou favorável à Política de Paridade Internacional, adotada pela Petrobras. "A última coisa que a gente pode pensar é em acabar com a paridade de preços. Acabar com a paridade de preços significa que nós temos um problema não só da escassez do produto, mas poder trazer esse produto para o Brasil", disse a presidenciável.

Tebet mencionou alternativas para o impasse dos combustíveis. Ressaltou, porém, que elas passam pela vontade política do Congresso Nacional. "Qual é a saída hoje? São inúmeras. O Senado Federal se debruçou sobre elas. Você pode, em casos excepcionais, criar créditos extraordinários. Nós criamos créditos extraordinários para criar o orçamento secreto. Demos calote em investidores, em aposentados, e não conseguimos criar um crédito extraordinário para poder suportar os preços mais baratos dos combustíveis até 31 de dezembro deste ano?", questionou a senadora.

Tebet explicou que, com esse subsídio, poderia haver uma redução de R$ 1,50 a R$ 2,00 no litro na bomba de combustível. A médio prazo, ela defende política energética estratégica, mas que não passa pela privatização da Petrobras.

Simone Tebet é uma das três pré-candidatas que concorrem ao Planalto atualmente, ao lado de Vera Lúcia (PSTU) e de Sofia Manzano (PCB). Ela comentou a dificuldade da participação feminina no processo político brasileiro.

"Sempre fiz política nos bastidores e cansei de ver, revoltada, cheques polpudos saindo nas candidaturas masculinas", contou. "E quando saiu aquela primeira regra de 30% de candidatas mulheres, as mulheres se arvoraram: 'Agora vai, vou entrar para a vida pública!'. Elas saíam com um pacotinho de santinhos, algumas camisetas e brindes, achando que iam competir em pé de igualdade", lamentou a parlamentar.

A senadora destacou a atuação da bancada feminina do Congresso Nacional para aprovar a regra que destina 30% do Fundo Partidário para candidatas, e disse que a medida aumentou, em 2018, em 46% o número de deputadas federais eleitas.

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