Mais da metade dos brasileiros não acreditam nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo pesquisa feita pelo Datafolha e divulgada nesta quinta-feira (26/5) pelo jornal Folha de S. Paulo. O resultado é semelhante ao levantamento feito em março, quando 53% declararam não confiar nas falas dele. Agora, a parcela desconfiada da população subiu para 56%.
O levantamento também apontou que 26% confiam às vezes, e 17% sempre confiam; 1% não quis opinar.
Entre os que não aprovam o governo, o índice de descrença em Bolsonaro chega a 91%. As mulheres (59%), pessoas com renda de até dois salários mínimos (60%), moradores do Nordeste (66%), católicos (61%) e pretos (63%) também são os que mais não acreditam no governo.
Bolsonaro é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news devido a ataques contra o sistema eleitoral. A investigação foi aberta em março de 2019 para apurar a divulgação de notícias falsas e ameaças a ministros do STF.
A pesquisa também mostrou que 48% dos entrevistados consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo. Para 27%, o governo é regular e 25% consideram ótimo ou bom. O índice mantêm Bolsonaro como o presidente com a pior avaliação entre todos os eleitos após a redemocratização.
O instituto ouviu 2.556 pessoas com 16 anos ou mais em 25 e 26 de maio em 181 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Intenção de voto
O levantamento também revelou que caso as eleições fossem realizadas hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria a disputa pela presidência no primeiro turno, com 48% dos votos. O petista tem 48% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 27%, uma diferença de 21 pontos percentuais entre os dois. Este é o melhor resultado de Lula desde desde o início das pesquisas da instituição, em maio de 2021.
A terceira posição ficaria com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7%. Entre os eleitores que declararam voto no pedetista, 37% afirmam que Lula seria a segunda opção de voto. Para Bolsonaro, somente 10% dos eleitores de Ciro dizem que migrariam.