A maioria dos beneficiários do programa Auxílio Brasil, considerado uma das plataformas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL), votarão em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito de outubro de 2022. De acordo com a nova pesquisa do Instituto Datafolha, publicada nesta quinta-feira (26/5), 59% dos brasileiros e brasileiras que recebem o benefício afirmam que votarão no petista, ante a 20% que escolhem o chefe do Executivo.
O programa social substituiu o Bolsa Família, criado em 2003, e tem como missão beneficiar ao menos 18 milhões de famílias. Em abril deste ano, fontes de dentro do governo afirmaram ao Correio que a gestão Bolsonaro apostava em uma arrancada nas pesquisas eleitorais após o início do pagamento do Auxílio Brasil, assim como do vale-gás. O levantamento, no entanto, demonstra que a aposta não trouxe os resultados esperados.
Feito entre quarta (25/5) e quinta-feira (26/5), o levantamento entrevistou 2.556 pessoas, acima de 16 anos, em 181 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S.Paulo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05166/2022.
O cenário muda, no entanto, ao colocar em foco pessoas que não se encaixam nos requisitos do Auxílio Brasil. Bolsonaro é preferido por eleitores com renda familiar mensal superior a 10 salários, com 42% dos votos contra 31% dos que escolheram o seu rival petista.
Entre os entrevistados com renda familiar de até dois salários, Lula sai vitorioso, com 56% das intenções de voto contra 20% do presidente. Os dois candidatos, no entanto, empatam no recorte de eleitores que recebem de cinco a dez salários, com 37% cada um.
Lula tem 21 pontos percentuais de vantagem sobre Bolsonaro
A pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta quinta, apontou Lula vencendo as eleições no próximo turno, com 48% das intenções de voto, 21 pontos a frente do segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve 27% de preferência dos entrevistados.
A vitória do ex-chefe do Executivo petista se daria por ter a maior parte das intenções de votos válidos, visto que todos os outros pré-candidatos, juntos, somam 40% da preferência dos entrevistados. Ciro Gomes aparece como terceira opção mais votada, com 7% dos votos. A porcentagem é a mesma para os entrevistados que afirmaram que votarão em branco ou anularão o voto.
O levantamento ainda registrou que 4% dos entrevistados ainda não sabem em quem votar. André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) alcançaram 2% dos votos e Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU), 1%. Já Felipe d'Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (Democracia Cristã), Luciano Bivar (União Brasil), e General Santos Cruz (Podemos) não chegaram a 1% das intenções.
De acordo com o Datafolha, a nova pesquisa não é diretamente comparável à anterior, realizada em 22 e 23 de março, por aplicar cenários distintos, excluindo pré-candidatos que deixaram a disputa e adicionando nomes que passaram a ser apresentados pelas legendas.
O desempenho de Lula também cresceu na pesquisa espontânea, quando não são apresentados nomes dos pré-candidatos para os entrevistados. Ele foi apontado como preferência de 38% dos entrevistados, enquanto Bolsonaro foi lembrado por 22%. Em março,a intenção de votos nesta modalidade de pesquisa era de 30% para o petista de 23% para o chefe do Executivo.
O instituto afirma que a marca do petista é a melhor desde o início das pesquisas da instituição, em maio de 2021. Ciro foi lembrado por 2% dos entrevistados e Tebet, 1%, na espontânea.
A taxa de indecisos na espontânea também mostra uma redução em comparação a março: agora, 29% não escolheram um candidato até o momento, contra 32% há dois meses.