A senadora e pré-candidata ao Planalto Simone Tebet (MDB) disse nesta quinta-feira (26/5) que a administração do presidente Jair Bolsonaro (PL) é "um desgoverno que não conhece o Brasil" e contribuiu para aumentar os danos econômicos causados pela pandemia da covid-19.
Tebet participou nesta manhã de um encontro reservado em São Paulo organizado pelo grupo de empresários G100. No evento, a senadora lamentou a falta de "projetos estruturantes" no país e disse que os impactos econômicos da pandemia contaram com um "aliando interno".
“Um desgoverno que não conhece o Brasil, que não conhece nossas mazelas, nossas dificuldades, diversidades e desigualdades, mas, infelizmente, também não conhece nosso potencial, nossas riquezas, nossa capacidade de suportar desafios", criticou Tebet.
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Brasil é um "transatlântico à deriva"
Na conversa com os empresários, a senadora comparou o Brasil com navio transatlântico, que "se encontra à deriva, no meio do oceano, entre turbulências, com o motor desligado. Ora pende para a direita, ora para a esquerda, numa briga ideológica, e o timoneiro simplesmente não tem a capacidade de ligar o motor, olhar para a bússola, ver que o caminho é para o norte e seguir em frente com toda a potência".
Tebet citou 110 milhões de brasileiros que sofrem com insegurança alimentar e cinco milhões de crianças que passam fome e defendeu que sua prioridade é a área social: "Erradicar a miséria e diminuir a pobreza". Segundo a senadora, não é preciso romper com a responsabilidade fiscal para cumprir esse objetivo, reforçando que votou a favor do Teto de Gastos e das reformas trabalhista e previdenciária.
A presidenciável também defendeu a necessidade de uma reforma tributária. "Temos a PEC 110 em tramitação no Congresso. Ela não é o ideal, mas advogo que tem que sair do Senado e ir para a Câmara ainda neste ano. Isso porque ela precisará de 30 sessões para ser analisada pelos deputados", afirmou Tebet. "Isso feito, no próximo ano, quando tivermos uma nova liderança no Executivo, ela poderá colocar sua digital na proposta. Eu conheço os processos legislativos. Se não fizermos isso, não teremos uma reforma tributária em 2023."
Outros temas discutidos no encontro foram educação, economia verde, a necessidade de pacificação do país e maior segurança jurídica, política e institucional. Na área da logística, ela defendeu que o país precisa investir mais em ferrovias. "É fundamental sair do mapa rodoviário e ir para o mapa ferroviário. Existem 40 projetos parados nos Ministérios. Desses, se 20 saírem do papel, que são ferrovias estratégicas, teremos um enorme avanço."