Presença confirmada na sabatina do Correio com pré-candidatos à Presidência, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) destacou a importância desses encontros para mostrar ao eleitor que há opções além do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líderes dos levantamentos sobre intenção de voto.
"Dada a polarização vigente no Brasil, as pesquisas indicam que a maior parte das pessoas define seu voto entre dois nomes e opta pelo candidato que considera 'menos pior'", destacou a presidenciável. "Não é assim que se faz uma democracia. Não é assim que se constrói o futuro de uma nação. Debates e sabatinas permitem que o eleitor conheça melhor os postulantes ao Planalto (ou pré-candidatos) e decida em quem votar com base em ideias concretas para o país", enfatizou.
Tebet é um dos sete nomes já confirmados na sabatina, que ocorrerá durante a manhã e a tarde da próxima terça-feira, na sede do jornal. O evento será transmitido ao vivo pelo site e por todas as redes sociais do Correio.
Cada participante terá em torno de 50 minutos para responder perguntas sobre segurança pública, saúde, educação e economia no país. Os questionamentos serão formulados por jornalistas do Correio ou enviados por leitores, por meio do site do jornal.
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Equilíbrio
A dinâmica não ocorrerá como nos debates ao vivo, em que um pré-candidato poderá direcionar a pergunta para outro. Apenas os jornalistas conduzirão os questionamentos, e será fixado um tempo para a resposta.
Na avaliação de especialistas, esse formato é essencial para situar o eleitor sobre a visão de cada pré-candidato. "O debate ao vivo se volta para as frases de efeito, para o ataque ao rival. Na sabatina, é mais alta a chance de fazer uma discussão mais aprofundada e equilibrada, de aumentar a transparência e a prestação de contas de cada candidato, em particular em temas que são importantes para o brasileiro neste momento", ressaltou Maurício Santoro, cientista político e professor de relações internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Graziella Testa — professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Escola de Políticas Públicas e Governo (EPPG) — destacou dois elementos que ajudam a construir a fundamentação para o eleitor escolher em quem votar: o plano de governo e as sabatinas ou debates. "Quanto mais bem informado para tomar a decisão, mais democrático é esse processo. O processo de democracia passa pela deliberação", ressaltou. "Os gregos consideravam o direito à voz e à participação no debate tão importante quanto o voto. É fundamental para que haja essa troca. Vivemos em um momento em que o debate está muito enfraquecido", acrescentou.