Três perguntas para Lincoln Portela

O senhor integra a base do governo. Mas, como vice-presidente, terá de dialogar com todos os leques ideológicos da Câmara. Prevê dificuldades nesta tarefa?
Sou governo, tenho minha consciência política e tenho minha consciência cristã. Mas na Casa, sou vice-presidente de todos: da esquerda, do centro, dos ateus, dos cristãos, dos afrodescendentes, daqueles que são de outras religiões. Fui presidente da Comissão de Legislação Participativa (CLP), uma comissão plural, na qual sempre se abriu espaço para todos os segmentos e pensamentos políticos.

De acordo com o que se escutou nos bastidores, o presidente Jair Bolsonaro fez força para o PL lançar Major Vitor Hugo. Depois, trabalhou pelas candidaturas avulsas e por Flávia Arruda. Ficou alguma mágoa?
O presidente não entrou nisso, não entrou na disputa nem com o Major Vitor Hugo nem comigo. O presidente foi bem isento nesse sentido. Sobre as candidaturas avulsas, acho muito boas para o sistema. A democracia partidária é uma festa e é importante que se dê espaço para todos. Fiquei muito tranquilo com a minha condução para a vice-presidência.

Em discurso ontem, seu antecessor na vice-presidência, deputado Marcelo Ramos, disse que a destituição dele foi por interferência do Executivo. O que o senhor pensa a respeito?
É um posicionamento democrático, republicano; é o livre direito de expressão. Ele tem direito de expressar as opiniões e os sentimentos dele. É um homem firme e decidido, algo natural no sistema democrático.