Em lua-de-mel neste momento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retoma a agenda política na segunda-feira com uma reunião importante. O petista e seu vice na chapa ao Planalto, Geraldo Alckmin (PSB), lideram o primeiro encontro com dirigentes das sete legendas que compõem o Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil.
Integrantes da campanha comentaram ao Correio que Lula terá agenda cheia em São Paulo, mas não detalharam quais encontros estão programados. A viagem do petista ao Rio Grande do Sul, prevista inicialmente para o próximo dia 25, ocorrerá em 1º e 2 de junho.
A primeira reunião com as lideranças do movimento marca a criação do conselho político da coligação e o aumento da participação dos partidos aliados nas estratégias nacional e estaduais da chapa Lula-Alckmin. O encontro deve discutir, ainda, o cronograma de viagens dos dois pré-candidatos até as eleições.
Estarão presentes os presidentes das legendas: Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Siqueira (PSB), Luciana Santos (PCdoB), Paulinho da Força (Solidariedade), Juliano Medeiros (PSol) e José Luiz Penna (PV).
O ex-presidente suspendeu a agenda política nesta semana para se casar com a socióloga Rosângela Silva, a Janja, na noite de quarta-feira, na capital paulista. Ele aproveita a lua-de-mel até no domingo, antes de retomar as articulações.
Rumo ao Sul
O Rio Grande do Sul será o segundo estado que Lula visitará após o lançamento oficial de sua pré-candidatura, depois de Minas Gerais. A agenda no local ainda está sendo definida com o diretório gaúcho do PT, mas atos serão organizados em Porto Alegre. A caravana parte, logo depois, rumo a Santa Catarina.
Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que participa da organização da viagem, a passagem do ex-presidente pelo estado é simbólica. "De fato, a gente tem no Rio Grande do Sul uma imagem muito positiva do que foi no governo Lula, na área da infraestrutura, de educação, e a presença dele reforça muito esse legado", disse ao Correio.
De acordo com o parlamentar, a estratégia no estado será exaltar as ações dos governos do PT e comparar com "o que virou agora", como também foi feito nos discursos do ex-presidente em Minas Gerais.
O Rio Grande do Sul é estratégico por ter sido importante reduto do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições passadas. Em 2018, ele alcançou 63,24% dos votos válidos no estado, contra 36,76% do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).
Outro ponto importante da visita é a negociação do palanque estadual. Como ocorre em Pernambuco, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, há entraves no Rio Grande do Sul. O diretório estadual do PSB está em negociação com o PDT para formar uma aliança e pode aderir à campanha de Ciro Gomes ao Planalto, mesmo a legenda fazendo parte da chapa com Lula.
O pré-candidato ao governo gaúcho do PSB, Beto Albuquerque, já chegou a mencionar que "está mais próximo de Ciro do que de Lula". O presidente do partido no Rio Grande do Sul, Mário Bruck, também criticou a insistência do PT em lançar seu candidato próprio, dizendo que não haverá acordo dessa forma.
Na viagem ao estado, Lula tentará reforçar as conversas. Segundo Paulo Pimenta, 'nós estamos em negociação no estado. Temos o pré-candidato (deputado estadual) Edegar Pretto, temos diálogo com PDT, PSB, PSol, e queremos manter o diálogo amplo para formar o maior palanque possível para o presidente Lula. Nós ainda estamos fazendo a agenda (no Rio Grande do Sul), mas será uma agenda bastante ampla".