Um documento elaborado por 80 professores e juristas brasileiros foi entregue às Nações Unidas a fim de alertar sobre o risco autoritário no Brasil no período pós-eleições deste ano.
No ofício, enviado na noite de terça-feira (17/5) ao relator especial para a Independência de Juízes e Advogados da ONU, Diego Garcia, os especialistas alertam que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “tem investido fortemente para deslegitimar as eleições”.
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O documento então aponta que, além de não ofertar evidências, o chefe do Executivo afirma repetidamente que “o sistema de votação eletrônica que o país adotou nos anos 1990 está aberto à manipulação deliberada”. Eles também apontam que o presidente duvida, sem provas, inclusive, das eleições de 2018, ao qual saiu vencedor.
"Aqueles que acreditam que a democracia no Brasil está suficientemente garantida e protegida e que as instituições estão perfeitamente funcionando estão enganados. Não é exatamente fácil ver quando a linha entre democracia e ditadura foi atravessada, e o Brasil pode estar cruzando essa linha nos próximos meses", seguem.
Na sustentação, os pesquisadores do Observatório para Monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil (Demos) também apontam a promoção de "uma campanha sem precedentes de desconfiança e ameaças" contra as cortes brasileiras.
"Bolsonaro testa os limites das instituições, incentivando seus apoiadores a agir contra os tribunais e seus juízes, erodindo o apoio às instituições de uma forma que fortalece sua própria agenda iliberal e autoritária", diz outro trecho do documento.