ELEIÇÕES

Rodrigo Pacheco no 'Roda viva': 'Não existe orçamento secreto'

Presidente do Senado participou do programa 'Roda Viva' e afirmou que o Congresso não descumpriu regras. Apesar da declaração, somente R$ 11 bilhões dos R$ 36,6 bilhões foram detalhados

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o chamado “orçamento secreto”, não existe. A declaração foi dada na noite desta segunda-feira (16/5), durante o programa Roda viva, da TV Cultura. O orçamento secreto é um termo utilizado para definir a falta de transparência na prática de destinação de verbas públicas a projetos definidos por parlamentares.

Apesar da declaração do senador, em 2020 e 2021, somente R$ 11 bilhões dos R$ 36,6 bilhões destinados às emendas de relator foram detalhados. 404 parlamentares — dos 594 — apresentaram as contas. Questionado sobre essas emendas, que reservaram cerca de R$ 16,5 bilhões do montante para 2022, Pacheco negou ainda ter ignorado o pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para detalhar os gastos.

“Não há orçamento secreto e não houve descumprimento do Congresso das regras impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O que houve foi uma discussão sobre dinheiro público”, garantiu Pacheco.

Pacheco ressaltou que as emendas do relator foram uma "oposição legislativa” para transferir a autonomia do poder Executivo para que o Legislativo participasse da distribuição e discussão sobre o orçamento. O presidente do Congresso ainda afirmou que deputados e senadores têm melhores condições de fazer o repasse, já que conhecem melhor as demandas dos Estados.

Senador julga indulto "inconveniente"

Ainda durante a participação do Roda viva, Rodrigo Pacheco disse que acha que a ação de Bolsonaro de conceder indulto ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi “incoveniente”. Apesar de não concordar com a decisão do presidente, o senador afirmou que respeita.

“Primeiro que é muito importante frisar que o papel de julgar é do Poder Judiciário. A graça, anistia e indulto são institutos penais excepcionais”, explicou. “Nesse caso do deputado federal, houve a graça do presidente. Ele está condenado, pelo judiciário. O presidente achou que era conveniente, eu particularmente acho inconveniente", ressaltou.

Nos últimos meses, Pacheco tem feito papel de intermediação entre a crise entre os poderes. O presidente Jair Bolsonaro (PL) vem atacando as urnas eletrônicas, o STF e o Superior Tribunal Eleitoral (STE).

Saiba Mais

Eleições 2022

Rodrigo Pacheco também saiu em defesa das urnas eletrônicas que, segundo ele, darão os resultados fidedignos das eleições. "Não há dúvida com relação à lisura das urnas eletrônicas. A partir do momento que houve um questionamento o TSE reagiu prontamente, as instituições contribuíram com o TSE nesse sentido e eu considero que esse esclarecimento está próximo de ser pleno", afirmou.

"Uma coisa é certa, inclusive pela posição do Congresso Nacional, haverá votação pelo sistema eletrônico. Rechaçada a tese do voto impresso, uma coisa é certa: nós teremos as eleições pelo sistema eletrônico e ele nos dará, de forma fidedigna, o resultado da votação popular para cada um dos representantes eleitos", garantiu.

Ainda sobre as urnas eletrônicas, o senador frisou que não se pode “permitir que ainda insistam em questionar” o sistema. Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral, quanto a isso, Pacheco relembrou que esse posicionamento do chefe do executivo não é recente. “É bom destacar que essas discussões do presidente Jair Bolsonaro acontecem desde quando ele era deputado federal. Eu fui deputado federal na mesma legislatura do que ele. E me lembro dos discursos e posições dele contra as urnas. O papel do Senado é a afirmação, da confiança da Justiça Eleitoral, do TSE”, assegurou.

Sobre esses ataque, Pacheco aproveitou para advertir os candidatos nas eleições deste ano sobre o cuidado que devem ter ao discutir ideias, para não colocar em risco a democracia. "O que nós estamos estabelecendo é que os candidatos têm todo direito de discutir ideias, de pontuar suas propostas e criticar propostas dos outros, isso faz parte do processo democrático e da legitimidade de um processo eleitoral", afirmou. "Mas há uma linha amarela pintada no chão que os candidatos, nenhum deles, pode atravessar e essa linha amarela separa o estado de direito desse discurso político eleitoral", alertou.

Com informações do Estado de Minas e TV Cultura*

Assista a transmissão: