O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) fez acenos à senadora Simone Tebet (MDB) nessa quinta-feira (12/5). O pedetista disse que Tebet é “diferente” e que terá “um papel importante” no cenário eleitoral brasileiro. Além disso, afirmou que a senadora é a única candidata da terceira via com quem ele aceitaria compor uma chapa. No entanto, Tebet já afirmou que não abrirá mão de sua candidatura.
Para o ex-ministro, Tebet está sendo "traída pelo próprio partido". "Tem uma pessoa dessas aí [da terceira via] que eu respeito muito. Ela é diferente. Ela não é uma viúva do bolsonarismo igual o [João] Doria [PSDB]. Ela é uma pessoa que acho que vai ter um papel importante, que é a Simone Tebet", disse em entrevista à Rádio Bandeirantes. E continuou: "Simone Tebet está sendo traída pelo próprio partido porque o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] está corrompendo. Já está acertado com Eunício Oliveira e Renan Calheiros, os mesmos do esquema do escândalo do Petrolão".
Na busca por uma candidatura única, a chamada terceira via — composta por MDB, PSDB e Cidadania — irá realizar pesquisas quantitativa e qualitativa para definir o nome mais viável do grupo. O levantamento, realizado pelo Instituto Guimarães, será divulgado na próxima quarta-feira (18/5).
Viabilidade
Para o cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcus Ianoni, a chance da associação entre as duas figuras da terceira via não é provável. "Simone Tebet já disse que não tem interesse em ser vice de Ciro Gomes. Inclusive, o MDB, desde 2016, está defendendo uma política econômica, que Ciro Gomes diz ser contra. Ciro está fazendo de tudo para se tornar o candidato da terceira via, mas ele só aceita isso sendo cabeça de chapa. Por outro lado, ele não ultrapassa os 6% a 8% da preferência dos eleitores e o programa dele é mais desenvolvimentista, ao passo que essa improvável aliança seria com uma pré-candidata de um partido cuja maioria da direção tem convergido para o neoliberalismo", analisa o professor.
No entanto, caso a aliança ocorra, Ianoni observa que pode acarretar em aumento na base de apoio da candidatura de Ciro. "Porém, essa não é a única variável, pois o candidato precisaria emplacar no eleitorado, o que não é fácil devido à postura truculenta de Ciro Gomes", pontua.