Em live realizada nesta quinta-feira (12/5), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o temor de interferência das Forças Armadas nas eleições deste ano não passa de um “fantasma”. De acordo com o chefe do Executivo, os militares não estão se "metendo nas eleições", uma vez que eles foram convidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a participar do pleito.
“Não sei de onde ele está tirando esse fantasma de que as forças armadas querem interferir no processo eleitoral. Em 2018, 56 mil militares participaram da segurança das eleições, e, em 2020, 32 mil militares participaram. Deixo claro que as FAs não estão se metendo nas eleições, elas foram convidadas por uma portaria pelo então presidente do TSE, Barroso, para participar da Comissão de Transparência das Eleições (CTE). [...] A CTE pode fazer acompanhamento e fiscalização de todas as fases de desenvolvimento e auditoria do processo eleitoral”, explicou o presidente da República sobre a participação das Forças.
Em tom moderado, Bolsonaro criticou fala recente de Fachin. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) disse que “quem faz as eleições são as forças desarmadas” e não as Forças Armadas. O presidente avaliou a declaração como uma "descortesia" com as Forças Armadas e disse que “ninguém” quer atacar a democracia ou as urnas eletrônicas.
“Por favor não se refira dessa forma às Forças Armadas. Eu sou capitão do exército, me coloco como militar e é uma forma extremamente descortês de se dirigir a uma instituição que presta em várias áreas excelentes serviços ao Brasil. Sem ataques à democracia, e as Forças Armadas cumprem seu papel”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro disse ainda que Fachin pode revogar a portaria de Barroso e ressaltou que não há intenção de atacar a democracia e as urnas eletrônicas
“Essa portaria foi quando ministro Barroso era presidente, agora o senhor é presidente e o senhor tem poder para revogar a portaria. Não estou pedindo para o senhor fazer isso não, mas o senhor pode revogar. Enquanto a portaria estiver em vigor, as Forças Armadas foram convidadas, e eu como chefe das forças armadas determinei que prossigam nessa missão [de fiscalização]. Não existe interferência, ninguém quer impor nada, ninguém quer atacar urnas eletrônicas e nem democracia, nada disso. Ninguém está incorrendo em atos antidemocráticos, pelo amor de Deus!”, disse Bolsonaro. “A transparência das eleições é questão de segurança nacional, ninguém quer ter dúvidas de quando acabar as eleições de que um candidato venceu ou não.”, complementou.