O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, disse não ter participado de agendas com os líderes evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, e que todas as vezes em que os encontrou foi por intermédio de seu antecessor no cargo, o ex-ministro Milton Ribeiro.
"Todos os três eventos em que participei foram realizados no auditório do Ministério da Educação. Não participei de nenhum dos outros seis eventos, não participava das agendas do ministro [Milton Ribeiro] e dos pastores e os assuntos não eram de meu conhecimento", disse.
Veiga participou, nesta quarta-feira (11/5), de reunião da Comissão de Educação. O depoimento do ministro é decorrente de negociações do colegiado com a pasta após os escândalos revelados, envolvendo a destinação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
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Após participação na comissão, o ministro escreveu no Twitter: "Durante minha gestão à frente do MEC não serei leniente com qualquer irregularidade e atuarei com correção e integridade, valores inegociáveis que levo comigo em minha vida pública."
Kits de robótica
Sobre a nomeação de um dos líderes investigados, o pastor Arilton Moura, para um cargo na pasta da Educação, Godoy afirmou que assinou o documento a pedido do ex-ministro Milton Ribeiro. No entanto, o atual chefe do ministério disse nunca ter recebido pedido de atos em desacordo com a lei.
A respeito dos kits de robótica, aos quais o FNDE empenhou R$ 146 milhões para a compra — destinados, inclusive, para escolas que não possuem sequer saneamento —, o ministro defendeu que a pasta precisa pensar de “maneira transversal”, olhando para todas as questões simultaneamente.
“No caso dos kits de robótica direcionados, como foi dito, a escolas, às vezes sem saneamento, sem conectividade, é fundamental esclarecer que esses kits não dependem de conectividade para cumprirem seu papel. São materiais pedagógicos que levam para aqueles estudantes oportunidades de estudos de matérias fundamentais para o futuro do país. Se eu tiver que esperar, como ministério da Educação, que as escolas estejam em perfeitas condições para enviar a elas materiais, eu vou estar privando aqueles alunos”, argumentou o ministro, que assumiu o cargo há menos de um mês, após a demissão de Ribeiro.
O recurso foi destinado a 29 municípios de Alagoas e 10 de Pernambuco. A prioridade eram prefeituras com contratos com uma mesma empresa, a Megalic, que possui ligação pública com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
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