O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, nesta terça-feira (10/5), um recurso da defesa do policial militar reformado Ronnie Lessa e manteve o julgamento dele em júri popular. A decisão foi unânime da Sexta Turma da Corte. Lessa é réu pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A defesa do policial pedia a absolvição completa do policial ou a queda da decisão da Justiça do Rio de Janeiro que determinou o julgamento por júri popular. O pedido foi apreciado e os ministros não debateram os votos porque não houve divergência sobre o caso.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz como os autores do assassinato de Marielle e de Anderson. A decisão do STJ vai de encontro ao posicionamento do relator do caso, ministro Rogério Schietti, que já havia rejeitado o recurso do policial no mês de março.
Alvo de operação
Ronnie Lessa é um dos alvos da "Operação Calígula", deflagrada na manhã desta terça-feira (10/5), no Rio de Janeiro. A ação tenta desarticular suposta quadrilha que seria comandada pelo contraventor Rogério Andrade e o filho dele, Gustavo de Andrade.
Trinta pessoas foram denunciadas à Justiça, por crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Oficiais da Polícia Militar "serviam de elo entre a organização e Batalhões de Polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo", afirma comunicado do Ministério Público.
Segundo o MP, o delegado de Polícia Marcos Cipriano intermediou encontro entre Ronnie Lessa, Adriana Cardoso Belém, então delegada de Polícia titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), e o inspetor de Polícia Jorge Luiz Camillo Alves.