MEIO AMBIENTE

Mourão diz que números de desmatamento são 'péssimos' e culpa período eleitoral

Dados sobre desmatamento de abril divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que cerca de 1.012,5 km² de mata Amazônica foram destruídos no mês passado

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos), afirmou, nesta segunda-feira (9/5), que os números de desmatamento da Amazônia Legal são "péssimos" e "horrorosos". Segundo ele, tem relação com a menor "vigilância" da área, em razão do período eleitoral.

“Estamos vendo aí onde é que estamos errando. Nós estamos com as ações. Temos a Operação Guardiões do Bioma, que é uma operação conjunta do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Justiça. Então, tem que ver com eles onde é que está tendo a falha”, disse o vice, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL).

Dados de abril, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que cerca de 1.012,5 km² de mata Amazônica foram destruídos no mês passado. O número é aproximadamente 74% maior que o mesmo mês em 2021.

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“Falha nos satélites”

Mourão afirmou também que o Conselho Nacional da Amazônia Legal não esperava que os números seriam tão dramáticos e justificou a falta de conhecimento por “falha nos satélites”. Segundo ele, os aparelhos espaciais “não estavam enxergando muita coisa”, logo, “os dados não estavam aparecendo da forma como apareceram no final”.

Segundo o vice, o período eleitoral seria um fator a prejudicar a fiscalização das ilegalidades. “O que eu vejo, talvez, não sei, pessoas querendo se aproveitar do momento. Nós estamos num processo eleitoral. Então, vamos dizer assim, a vigilância é menor, na tese deles aí. É muita gente operando na ilegalidade”, justificou.

Para resolver a questão, Mourão aponta a implantação do sistema de bases fixas, prevista no plano da operação “Guardiões do Bioma”, mas, segundo ele, “depende de recursos”. O programa, de iniciativa do governo federal, tem o intuito de combater o desmatamento em estados do Norte e Centro-Oeste que possuem faixa de floresta Amazônica. Nas contas do Ministério da Justiça, é necessário um investimento de R$ 170 milhões.