Fundamental para a manutenção da democracia brasileira, a liberdade de imprensa foi exaltada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Com um discurso em favor do jornalismo independente e do combate à desinformação, o magistrado defendeu o papel da comunicação como pilar da sociedade.
"Num país onde a imprensa não é livre, num país onde a imprensa é intimidada, num país onde a imprensa é amordaçada, num país onde a imprensa é regulada, sendo a imprensa um dos pilares da democracia, nesse país, com tantas restrições à liberdade de imprensa, a democracia é uma mentira e a Constituição Federal é uma mera folha de papel", disse Fux.
A fala ocorreu no lançamento da mostra Liberdade & Imprensa: o papel do jornalismo na democracia brasileira, em parceria com a Associação Nacional de Jornais (ANJ), na manhã de ontem.
O magistrado também citou a ativista ucraniana Olga Yurkova, que é engajada na luta contra a desinformação. "Ela procurou explicar a sedução das fake news e disse: a verdade é muito entediante. Mas, evidentemente, devemos ter cuidado com as fake news, porque elas desinformam e impedem entre outros espectros e o cidadão possa ser bem informado", observou o ministro.
Fux ressaltou que a liberdade de imprensa é uma garantia prevista em lei. "A Constituição brasileira, no artigo 220, estabelece que a imprensa não pode sofrer nenhuma forma de censura, quer seja ideológica, política ou artística", disse.
Sem citar nomes, o presidente do STF ainda destacou o papel da informação para o pleito de 2022. "Acima de tudo, no momento que estamos vivendo, proferir o seu voto consciente e bem informado no momento das eleições", disse o ministro.
A exposição ocorre no Museu do STF e destaca uma série de peças publicitárias sobre a importância do jornalismo na preservação e no fortalecimento dos princípios democráticos. Vinte painéis reproduzem anúncios publicados pelos jornais associados da ANJ nos últimos anos, em defesa da atividade jornalística e dos jornalistas. A mostra segue até 4 de julho e tem entrada gratuita.
Bem social
Na cerimônia de lançamento da exposição, o presidente da ANJ, jornalista Marcelo Rech, criticou a tentativa de cercear o trabalho da imprensa profissional.
"Mais do que tentativas de controle impostas de fora e questionáveis do ponto de vista da liberdade de expressão, quem melhor executa o trabalho de despoluição social é o jornalismo profissional. É a imprensa livre que verifica versões, confronta dados, restabelece a verdade e assegura a pluralidade", disse.
Rech destacou o trabalho da comunicação como um bem social e que deve ser preservado pelos Poderes. "A liberdade de imprensa é vital, portanto, para a função de sentinela exercida pelos jornalistas, para aqueles que alertam a sociedade para algo de estranho à sua volta", disse.
"A imprensa precisa ser livre para que nações não cometam suicídio democrático e até para que regimes de força não conduzam seus povos para aventuras, guerras, carnificinas e sofrimento em larga escala", destacou.