A senadora e pré-candidata ao Planalto Simone Tebet (MDB) afirmou, nesta terça-feira (31/5), durante sabatina no Correio Braziliense, que a privatização da Eletrobras é "um jabuti dos mais perversos", e que é um escândalo comparável ao Mensalão e ao Orçamento Secreto.
"Eu sou a favor da privatização da Eletrobras. Votei contra porque ali estava um jabuti. Um jabuti dos mais perversos", afirmou a senadora. "Nós só não conseguimos derrubar porque estávamos numa pandemia onde tivemos que votar no virtual. O Senado quase derrubou, porque no meio das regras da Eletrobras, o projeto estava a princípio bom, veio um jabuti da Câmara dos Deputados e que vai fazer com que vocês que estão nos acompanhando pague uma conta de energia mais cara ainda", continuou.
Segundo Tebet, o projeto vai beneficiar apenas "meia dúzia de lobistas" com a construção de termelétricas e de um gasoduto no Nordeste.
"Se eu for eleita presidente, a primeira coisa que eu vou impedir é que estas termelétricas sejam construídas com o dinheiro do povo brasileiro", afirmou a senadora. "Esse é um dos maiores escândalos. Todo mundo fala de mensalão, do petrolão, do orçamento secreto, mas esquece deste".
Petrobras
A emedebista defendeu ainda que acabar com a paridade internacional de preços da Petrobras traria mais problemas do que soluções. Segundo ela, é possível tomar ações com efeito imediato para reduzir os preços dos combustíveis, como a criação de "créditos extraordinários".
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“Se o presidente da República quiser, ele resolve. Resolve de forma imediata, porque nós estamos vivendo uma excepcionalidade. Nós estamos vivendo num momento, neste aspecto, considerado de exceção”, afirmou a senadora.
Ela atribui a alta atual a uma combinação da guerra entre Rússia e a Ucrânia, que elevou o preço do petróleo no mercado internacional, e a um cenário de desvalorização do real. Para a senadora, porém, “a última coisa que a gente pode pensar é em acabar com a paridade de preços” da Petrobras, a Política de Paridade Internacional (PPI).
“Acabar com a paridade de preços significa que nós temos um problema não só da escassez do produto, mas poder trazer esse produto para o Brasil”, disse a presidenciável. Diferentemente de outros pré-candidatos, como Lula e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), Tebet defende que a alta dos preços não é causada pela política, mas sim pela falta de capacidade do Brasil em refinar o petróleo que produz.
Redução de até R$ 2,00 na bomba com subsídios
“Qual é a saída hoje? São inúmeras. O Senado Federal se debruçou sobre elas. Você pode em casos excepcionais criar créditos extraordinários. Nós criamos créditos extraordinários para fazer graça no Brasil. Para criar o orçamento secreto. Nós demos calote em investidores, e aposentados, e pessoas que precisavam (...) e não conseguimos criar um crédito extraordinário para poder suportar os preços mais baratos dos combustíveis até 31 de dezembro deste ano?”, questiona a senadora.
Ela defende também que, com esse subsídio, pode haver uma redução de R$ 1,50 a R$ 2,00 no litro da gasolina na bomba no curto prazo, mas que a médio prazo é preciso pensar em uma política energética estratégica.
Sabatina
O Correio recebeu os pré-candidatos à Presidência nesta terça-feira para uma sabatina, na sede do jornal. Cada participante terá em torno de 50 minutos para responder perguntas sobre temas que interessam à toda a sociedade, como situação da economia, trabalho, direitos, segurança pública, saúde e educação. O evento está sendo transmitido ao vivo pelo site e por todas as redes sociais do jornal.
Confira a íntegra da sabatina de Simone Tebet
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