Convidado a participar da sabatina de presidenciáveis do Correio, que acontece nesta terça-feira (31/5), o pré-candidato Luciano Bivar (União Brasil) não compareceu. Na sua ausência, foi debatida a viabilidade de Bivar na disputa em outubro.
“Os caciques não saíram de cena no Brasil, eles dão as cartas e decidirão o rumo da terceira via”, disse o editor de primeira página do Correio, Marcelo Agner. Ele citou ao menos três partidos, PSD, PL e União Brasil, em que os parlamentares se comportam no sentido de obedecer às regras ditadas pelos caciques para a eleição deste ano.
“O PSD é um partido que tem o Kassab, ninguém dá um passo sem falar com o cacique. Valdemar Costa Neto (PL) também costurou o ingresso de Bolsonaro para que ele se fortalecesse e para dar uma legenda a ele. Não tenho nenhuma dúvida de que no MDB se discute a candidatura de (Simone) Tebet ainda com os caciques, como Renan Calheiros (AL), Eunicio Oliveira (CE) e Jader Barbalho (PA) dão as cartas. O Brasil não mudou muita coisa. Sergio Moro mesmo foi engolido pela estrutura do União Brasil. O ACM Neto foi o responsável por isolar Moro, tem muito poder dentro do partido e talvez rivalize com o Bivar”, apostou.
Apoio a Bolsonaro
A observação é de que há diversas legendas que “orbitam” em volta dos pré-candidatos que protagonizam a polarização. Esse quadro dá a entender que o União Brasil será estratégico para dar apoio à campanha de Jair Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno.
“A estrutura partidária do Brasil ainda é hierarquizada e isso não permite a renovação do partido. Vemos figuras, que poderiam contribuir muito, ficarem isoladas, fica impermeabilizada a participação de novas figuras. Personagens acabam se rendendo a esse tipo de mecanismo, como o Moro, que saiu do Podemos aproveitando a janela partidária. Se juntando ao União Brasil com uma promessa, caiu na velha fórmula do caciquismo”, relembrou Carlos Alexandre, editor de Política do Correio.
Sabatina
O Correio recebe os pré-candidatos à Presidência nesta terça-feira para uma sabatina, na sede do jornal. Cada participante terá em torno de 50 minutos para responder perguntas sobre temas que interessam à toda a sociedade, como situação da economia, trabalho, direitos, segurança pública, saúde e educação. O evento está sendo transmitido ao vivo pelo site e por todas as redes sociais do jornal.
Confira a ordem de participação:
- 10h - Jair Bolsonaro (PL) — (não compareceu)
- 11h - Vera Lúcia (PSTU)
- 12h - Ciro Gomes (PDT)
- 14h - Felipe D'Avila (Novo)
- 15h - Luciano Bivar (União Brasil) — (não compareceu)
- 16h - Sofia Manzano (PCB)
- 17h - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — (não confirmado)
- 18h - Pablo Marçal (Pros)
- 19h - Simone Tebet (MDB)
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