Apesar da segurança das urnas eletrônicas, a confiança dos brasileiros nos equipamentos caiu nove pontos percentuais nos últimos dois meses, conforme levantamento do Instituto Datafolha, publicado na sexta-feira. Segundo a pesquisa, 73% afirmaram acreditar na lisura das urnas. Em março, eram 82%. Os números foram apurados em meio às investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema de votação.
Advogada e integrante do LiderA — observatório eleitoral do IDP —, Bianca Gonçalves e Silva acredita que a queda na confiança do eleitor se dá, em especial, pela desinformação. "O TSE tem tentado transformar um conhecimento técnico em um conhecimento mais acessível, para que a população possa, de fato, saber como funciona e confiar mais", disse.
Ela frisou que surgem dúvidas, também, porque a maioria dos países não usa urnas. "Isso é um pouco do complexo que nós temos, como se o Brasil não pudesse produzir algo bom. Na verdade, somos exemplo para o mundo. Nas eleições, temos o acompanhamento de autoridades eleitorais de outros países, para saber o funcionamento, e, seguidamente, as urnas são elogiadas", comentou.
O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos de Almeida Camargo, ressaltou que todas as auditorias e testes públicos de segurança são parte de um processo transparente. Porém, grupos mal-intencionados costumam pegar o fato de que vulnerabilidades são identificadas e espalham desinformação, como se comprovasse supostas irregularidades nas urnas. "Todos os testes identificam vulnerabilidades, e é absolutamente normal identificá-las. Mas eles pegam essas vulnerabilidades e destacam como se fosse uma comprovação de fraude. Geram uma interpretação desvirtuada. Você fica massificando informações que são verídicas, mas descontextualizando", explicou. (TM)
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