A partir das 10h, o Correio Braziliense recebe os pré-candidatos à Presidência da República para uma sabatina, na sede do jornal. Cada participante terá em torno de 50 minutos para responder perguntas sobre temas que interessam à toda a sociedade, como situação da economia, trabalho, direitos, segurança pública, saúde e educação.
Pela ordem de participação, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, abre o evento — mas não confirmou se virá. Na sequência, serão sabatinados os pré-candidatos Vera Lúcia (PSTU), Ciro Gomes (PDT), Felipe D'Avila (Novo), Luciano Bivar (União Brasil) — que também não garantiu presença —, Sofia Manzano (PCB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — que ainda não disse se participará —, Pablo Marçal (Pros) e Simone Tebet (MDB).
O evento será transmitido ao vivo pelo site e por todas as redes sociais do Correio. Os questionamentos serão formulados por integrantes do jornal ou enviados pelos internautas, por meio do site ou pelas redes sociais, no espaço destinado aos comentários. Diferentemente do formato de debate, em que um pré-candidato direciona pergunta a um concorrente, na sabatina os questionamentos são conduzidos apenas por jornalistas.
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Contra a parede
Para o cientista político Valdir Pucci, sabatinas e programas que mexem com a zona de conforto dos candidatos são essenciais para mostrar as diferenças de cada e as contradições. "A melhor coisa da sabatina é a possibilidade de quem está entrevistando apresentar o contraditório ou a informação que possa corroborar ou não na fala do candidato. Ele precisa estar preparado para ouvir opiniões contrárias, mas, principalmente, escutar dados que possam questionar aquela informação que é passada pelo postulante ao cargo", aponta.
Pucci aposta que o principal tema — aquele que deve ser central em todos os eventos que reúnam candidatos à Presidência — será a economia. "É o grande gargalo do país: como sair da crise econômica na qual estamos, com inflação alta, desemprego, com uma possibilidade até mesmo de baixíssimo crescimento no país", diz.
O cientista político sugere que o eleitor faça um exercício: "Tentar entender se a fala do pré-candidato, de fato, apresenta a solução ou saídas para os problemas do país. É muito fácil e banal o postulante que diz que tem que resolver problemas da saúde, da educação, da segurança pública, do desemprego, sem ser questionado de que forma ele fará isso. Quais os planos, de onde virá investimento, como será utilizado. O eleitor não tem que se contentar com promessas", diz.
O foco do debate precisa estar na construção do futuro, algo que, por vezes, se perde durante as campanhas. É o que alerta o analista político e professor de Relações Institucionais do Ibmec Eduardo Galvão.
"O eleitor precisa tirar o foco das bravatas e considerar o programa que cada candidato apresenta. No momento atual, os debates são centrados no passado, e estamos deixando de lado o futuro. Precisamos de bons programas de governo, que tragam soluções. Uma boa plataforma de governo deverá trazer respostas factíveis para economia, emprego e saúde. E é neles que o postulante ao cargo deve focar se quiser ganhar o voto do eleitor", aposta.
Galvão acredita, também, que a sabatina ajuda a aproximar o debate político do cidadão. "É em espaços como esse que a sociedade civil pode participar diretamente das discussões sobre as políticas que vão nortear o próximo governo. Ouvir os anseios e tirar as dúvidas permite que o candidato esteja mais próximo das expectativas do povo. E ajuda os eleitores a formarem sua convicção sobre seu candidato preferido", observa.
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