O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) foi destituído, ontem, da primeira vice-presidência da Câmara. O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, vinha pressionando pela troca na Mesa Diretora, alegando que o posto pertencia ao partido, pelo qual o parlamentar se elegeu antes de seguir para o PSD.
O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), já convocou eleições internas para escolher o substituto de Ramos como segundo nome mais importante da Câmara. Um dos mais cotados para ocupar a primeira vice-presidência é o deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), de estreitas ligações com Bolsonaro.
Ramos tinha se tornado um personagem incômodo por conta das permanentes críticas ao presidente e pelos embates frequentes com Lira. Isso fez com que Bolsonaro pressionasse o PL para que o partido requeresse a vaga alegando a troca de legendas.
O deputado, porém, entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir sua permanência no posto — chegou a conseguir uma liminar a seu favor. Mas, ontem, o ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente da Corte eleitoral, suspendeu a decisão e permitiu que o Legislativo decidisse a nova composição da Mesa Diretora.
O deputado deixou o PL com a chegada de Bolsonaro ao partido. Para a troca, Ramos fez um acordo com Valdemar Costa Neto — presidente do PL — para continuar como primeiro vice-presidente da Câmara, mas o presidente começou a cobrar o rompimento do acordo.
Segundo Ramos, Lira teve papel central na destituição. "Fui eleito pelo voto de 396 deputados e deputadas e destituído por um e atendendo a uma ordem do Presidente da República. Respeito e cumpro a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que não julgou o mérito, mas a incompetência do TSE", registrou no Twitter.
As deputadas Marília Arraes (PE) e Rose Modesto (MS) também foram destituídas da Mesa. Elas ocupavam a segunda e a terceira secretarias, respectivamente. O motivo foi o mesmo de Ramos: Marília trocou o PT pelo Solidariedade, e Rose, o PSDB pelo União Brasil. (RF)
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