Prevendo uma corrida eleitoral marcada por mentiras, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), cobrou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ontem, uma atuação firme sobre os administradores dos aplicativos de mensagens WhatsApp e Telegram. Os petistas enxergam essas duas redes como as principais disseminadoras de desinformações.
"Espero que as instituições, principalmente o TSE, tomem medidas firmes em relação a isso. Queremos conversar com o TSE sobre o Telegram. Vai ter escritório aqui? Tem um representante? Vai ter regras sobre isso, tal qual o WhatsApp fez, ou vai ser terra de ninguém?", questionou a deputada.
O Telegram é um dos principais canais de comunicação dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) justamente por não ter regras envolvendo o disparo de informações falsas ou de mensagens em massa. Apesar de representantes do aplicativo terem se reunido com o TSE, levantamento realizado recentemente mostra que a rede continua sem coibir postagens com desinformações relacionadas às eleições, à vacina contra a covid-19 e ao uso de máscara.
Segundo Gleisi, o PT pretende liderar uma comitiva de partidos que sofrem ataques das contas bolsonaristas a audiência com o TSE. Ela lembrou que WhatsApp, Twitter e Facebook já têm regras para a divulgação de notícias falsas, mas o Telegram não.
"A gente está com uma equipe jurídica que já começou a operar, e agora vai conversar com o jurídico dos demais partidos, junto com a comunicação. Essa campanha vai ser muito judicializada por conta das barbaridades que eles (os bolsonaristas) fazem. A gente tem que se preparar bem, se estruturar bem", anunciou.
A equipe jurídica da campanha da chapa Lula-Alckmin é formada pelo ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, pelo advogado Cristiano Zenin e pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT). Os três, segundo fontes petistas, já vêm atuando com processos contra bolsonaristas sobre possíveis casos de propaganda eleitoral antecipada.
"Temos que estar preparados. E alertar à população que tudo o que vem do Bolsonaro é mentira", acusou Gleisi. (VC)
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