O presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), Edson Fachin, afirmou, nesta terça-feira (17/5), que o Brasil “não cederá a aventuras autoritárias” e que é dever da sociedade garantir estabilidade, paz e segurança. A declaração foi dada na abertura do evento Democracia e Eleições na América Latina e os Desafios das Autoridades Eleitorais.
Fachin destacou que os acontecimentos do Brasil influenciam o cenário global. “De maneira ainda mais evidente, a evolução política e social da nossa região, a América Latina, não pode deixar de ser parte integrante de nossa própria evolução”, disse.
O ministro relembrou episódios de agressão diante de cenários polarizados, como, por exemplo, a invasão do Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro do ano passado, e os ataques sofridos pelo Instituto Nacional Eleitoral do México. “São exemplos do cenário externo de agressões às instituições democráticas, que não nos pode ser alheio. É um alerta para a possibilidade de regressão a que estamos sujeitos e que pode infiltrar-se em nosso ambiente nacional — na verdade, já o fez”, observou.
Sobre o processo eleitoral de 2022, o presidente do TSE ressaltou que o cenário internacional acompanha com atenção os trabalhos para garantir a lisura do pleito. “Em outros países, vários dias, por vezes semanas, se passavam sem que pudesse ser divulgado o resultado definitivo, encorajando pedidos de recontagem e recursos judiciais de todos os lados, quando não o conflito puro e aberto”, disse o magistrado.
“A ninguém interessa reprisar essa realidade no nosso país, cuja experiência de 25 anos com a urna eletrônica permitiu a superação dessas inquietudes. A tranquilidade eleitoral de um país das dimensões e da relevância do Brasil é, também, a tranquilidade de toda a região. Temos a consciência do nosso dever transfronteiriço”, concluiu.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a citar a defesa do armamento para o “cidadão de bem” em viagem a Sergipe nesta terça-feira (17/5). O comentário vai ao encontro da declaração do presidente na segunda-feira (16), quando ele disse que o país estaria próximo de viver “outra crise”, caso as eleições não sejam auditadas.
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