O deputado federal Paulo Ramos (PDT-RJ) deu entrada, nesta sexta-feira (13/5), na Câmara dos Deputados, em requerimento de audiência pública para ouvir o ex-ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Casa sobre os motivos da exoneração. Ele também pediu que o ex-ministro dê explicações sobre "possíveis maracutaias" no processo de privatização da Eletrobras.
"Ao que parece, a exoneração do ministro tem relação com o processo de privatização da Eletrobras, que incluiu suspeita na avaliação para menor [precificação] e favorecimento a grupos econômicos facilmente identificáveis", afirmou Ramos, no requerimento. Ele apontou que "consta, também, que setores da Marinha [estariam] inconformados com as possíveis maracutaias na tentativa de privatizar a Eletrobras".
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Promessa de R$ 1 trilhão com privatizações
Na quarta-feira (11), Albuquerque foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que nomeou o então assessor especial de assuntos estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, para ocupar o comando do MME. Logo após a posse, Sachsida já se reuniu, ontem, com o antigo chefe e anunciou o início de estudos para privatizar a Petrobras.
Vale lembrar que, quando assumiu, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu arrecadar R$ 1 trilhão com privatizações, mas, logo no início do governo, Bolsonaro descartou a privatização da petrolífera, considerada uma das "jóias da coroa", colocando areia nos planos de desestatização do Posto Ipiranga. Agora, diante da disparada dos preços dos combustíveis e do descontentamento da população, o governo volta a falar sobre o assunto, de forma atabalhoada.
De acordo com o parlamentar, há preocupação entre oficiais da Marinha 'na medida em que tamanho escândalo chegar necessariamente ao conhecimento público, durante o debate e a votação no Tribunal de Contas da União (TCU), principalmente considerando a manifestação preliminar, já divulgada, do ministro do TCU Vital do Rêgo, que sinaliza a existência de ilegalidades e outras inconsistências".
"É provável que, conhecedor das pressões sobre o ministro, o presidente da República tenha encontrado na exoneração o caminho para abafar a crise entre o ministro e as Forças Armadas, nada, portanto, tendo a ver com a Petrobras e com o aumento do preço dos derivados do petróleo", acrescentou o parlamentar.
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