Petróleo

Jean Paul, FUP e ex-presidente da Petrobras criticam estudo sobre privatização

Senador Jean Paul chamou Sachsida de "negacionista" pela proposta de estudo sobre privatização durante encontro da Federação Única dos Petroleiros

Deborah Hana Cardoso
postado em 13/05/2022 15:34 / atualizado em 13/05/2022 16:29
Senador Jean Paul Prates:
Senador Jean Paul Prates: "Agora, abriu a porteira de vez" - (crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)

O anúncio do decreto que poderá iniciar os estudos para a privatização da Petrobras feito na quinta-feira (12/5) continua repercutindo no meio político. Nesta sexta-feira (13), o senador e líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), chamou Adolfo Sachsida de “negacionista” pela proposta em seu primeiro ato como ministro de Minas e Energia.

“Agora, abriu a porteira de vez. Privatizar a PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.) é como privatizar a Receita Federal. A PPSA é a União, ou seja, o Estado brasileiro. É uma loucura”, afirmou. “O cenário de uma Petrobras privatizada já está entre nós. Ela já atua como empresa privatizada, tanto é que o Bolsonaro fala que não tem como alterar o preço”, afirmou Jean Paul.

As críticas do parlamentar, autor do PLP dos Combustíveis aprovado no Congresso Nacional, aconteceram durante a 10ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O senador, que também é presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, participou da mesa de debate Reconstruir a Petrobras é possível: Propostas da FUP para o setor de óleo e gás nacional, que contou também com a participação do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.

Citando a Lava-Jato, Prates destacou que a operação não pode tirar o partido dos debates sobre o futuro da estatal. “Um país autossuficiente tem que expandir o mercado e comprar refinarias lá fora. Não podemos deixar que destruam a indústria nacional, os planos estratégicos de um Brasil autossuficiente. Precisamos recuperar a hegemonia da Petrobras”, declarou.

Perspectiva de alta

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli disse que os preços dos combustíveis não deverão cair até o fim de 2022. “Não há ninguém que aponte uma queda até o final do ano no preço do petróleo. A perspectiva é de preço alto, ficando na faixa de US$ 100/barril. Em relação ao diesel, podemos ter uma queda no segundo semestre de 2022, se a China resolver os problemas de fornecimento de gás natural e se o inverno europeu e americano não forem intensos. Portanto, não temos um cenário de alívio até o final do ano”, explicou.

Greve dos petroleiros

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), Deyvid Bacelar, afirmou ontem que, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) avance na intenção de privatizar a Petrobras, a categoria entrará em greve. “Em vez de buscar um ‘bode expiatório’ para enganar a população, fingindo preocupação, Bolsonaro deveria assumir o papel de mandatário e acabar com essa política de preços covarde, que vem levando o povo cada vez mais à miséria. Bolsonaro: você vai ver a maior greve da história da categoria petroleira caso ouse pautar a privatização da Petrobras”, avisou.

Críticas anteriores

O senador Jean Paul Prates já havia criticado a exoneração do então ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, pois a medida poderia criar uma confusão quanto à política setorial do petróleo e gás e de energia em geral.

Prates ainda também disse que a escolha de Sachsida não era estratégica ao setor energético: “Saído das hostes do Ministério da Economia. Não é uma pessoa do setor energético”, comentou. 

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