O ex-presidente Lula (PT) afirmou nesta terça (10/5) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "acha que artista é tudo comunista". A fala foi dada em discurso na cidade de Contagem, Minas Gerais, no qual o presidenciável também fez acenos a empresários e aos jovens. O estado é o primeiro visitado após o lançamento oficial da chapa de Lula e Alckmin.
"Ele acha que artista é tudo comunista, ele acha que artista é tudo bagunceiro, ele acha que artista é tudo anti-família, ele acha que artista é tudo anti-evangélico. Não! Artista é artista e o artista é capaz de conduzir a sociedade a pensar corretamente, a enxergar o que antes a gente não enxergava", disse o ex-presidente.
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Como de costume em seus discursos, Lula teceu fortes críticas ao governo Bolsonaro. Ele voltou a criticar a falta de ação do governo durante a pandemia da covid-19, bem como a má gestão da crise econômica atual. Para o ex-presidente, o chefe do Executivo não tem resposta para a inflação e a fome que assolam o país.
"E eu quero dizer, esse país não precisa de arma, quem tem que ter arma são as Forças Armadas para defender a gente e a polícia para prender quem quer importunar a vida do povo na sua tranquilidade. Esse país está precisando é de mais escola, é de mais hospital, é de mais livro, é de mais cultura", afirmou Lula.
Aproximação aos jovens
O ex-presidente também voltou a defender que é preciso a participação da juventude no processo eleitoral. "Parem com essa bobagem de dizer 'eu não gosto de politica'. Quem gosta que vocês digam isso são os ricos e poderosos deste país", afirmou o ex-presidente. "Se você não gosta de política, se você acha que eu não presto (...) então entre na política, porque o político bom está dentro de você", afirmou o ex-presidente.
Ainda acenando para a parcela mais jovem do eleitorado, Lula afirmou que "estudar é a coisa mais sagrada que vocês precisam fazer", e que não existe uma nação desenvolvida que não tenha investido nas áreas de educação, ciência e tecnologia.
Aceno a empresários
Em seu discurso, o ex-presidente também fez acenos ao empresariado, setor no qual tem certa dificuldade em conquistar apoio.
"Os empresários vão ganhar mais dinheiro, vocês vão ganhar mais salário, vão ganhar mais educação, vão ganhar mais saúde", disse Lula. "A lógica do empresário é que ele faz investimento para ter retorno. Mas ele precisa também de consumidor, pessoas com recurso para comprar o que ele produz. E se ele encomendar mais produtos da fábrica, a fábrica gera mais emprego. E a roda da economia gira".
O evento em Contagem foi sediado pelo empresário Mário Valadares, sócio proprietário de um shopping popular da cidade. Lula fez acenos ao empresariado em seu discurso, e contou com o apoio de Valadares. O empresário chegou a comparar o ex-presidente com o líder político sul-africano Nelson Mandela.
"Será que o Lula pode ser o novo Mandela? Não, o Lula é muito maior do que Mandela, porque o Lula foi preso injustamente, como Mandela, mas o que o Mandela fez pela África do Sul? Nada, perto do que o Lula fez pelo Brasil", afirmou Valadares.
O ex-presidente Lula também falou sobre o seu vice em 2022, José Alencar, e como ele sinalizou sua disposição a se aproximar do setor empresarial. "Eu posso dizer com orgulho (...) acho que nunca um presidente da República no mundo teve um vice na qualidade que eu tive com o José Alencar. Ele era uma alma da mais extraordinária bondade".
A Mário Valadares, Lula fez um pedido: "Você conversa com os seus amigos empresários. Diz que 'o Lula não quer tomar a nossa fábrica'. (...) 'O Lula quer salário justo. O Lula quer emprego".
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