Em pré-campanha no Rio Grande do Sul e animada com o apoio que recebeu da cúpula do MDB, nesta semana, a senadora Simone Tebet (MS) mandou um aviso àqueles, de dentro e de fora do partido, que acreditam que ela pode abrir mão de ser a cabeça de chapa na corrida presidencial. "Não serei vice", assegurou ela, ontem, em Porto Alegre.
As cartas da pré-candidata começaram a ser abertas após o partido receber uma pesquisa qualitativa, de âmbito nacional, que aponta que mais de 40% do eleitorado não tem candidato definido. A sondagem diz, ainda, que as pessoas que foram ouvidas admitem trocar o nome que escolheram por outro, ou estão dispostas a votar em branco ou anular o voto.
"Estamos falando de uma avenida significativa nessa eleição em que os dois favoritos (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro) têm altos índices de rejeição", destacou.
Apesar dos elogios que fez ao ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) — "jovem liderança com um futuro brilhante" —, a senadora frisou que respeita a decisão "certa ou errada" do PSDB de escolher o ex-governador paulista João Doria nas prévias do ano passado. Mas deixou clara a preferência por Leite.
"Pode acontecer de o Doria não despontar, entender que tem alto índice de rejeição, e Eduardo Leite voltar ao cenário da frente democrática", justificou.
O argumento da rejeição ela usa, também, para se diferenciar de Doria, que encontra dificuldades para se viabilizar entre os tucanos, apesar dos resultados da gestão dele à frente governo de São Paulo.
"Quando você tem uma rejeição pessoal, não tem o que fazer para contê-la", disse, referindo-se ao ex-governador paulista. Ela também lança mão do fato de ser, por enquanto, a única mulher na corrida sucessória como fator de atração para conquistar votos.
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Cessar-fogo
Ao mesmo tempo, no PSDB Doria ainda tenta remover os obstáculos postos pelo próprio partido no seu caminho rumo ao Palácio do Planalto. Na última quarta-feira, em Brasília, ele conversou privadamente com o presidente da legenda, Bruno Araújo, e enfrentou a bancada tucana na Câmara em um jantar que reuniu mais de 10 parlamentares. E obteve uma espécie de cessar-fogo até dia 18, data marcada pelas legendas para fechar o acordo da terceira via — que vem sendo costurado por Araújo.
No jantar — que não contou com a presença de aliados do deputado Aécio Neves (MG), principal opositor de Doria no partido —, o pré-candidato ouviu críticas ao fraco desempenho nas pesquisas e ponderações sobre as disputas estaduais, que poderiam ser afetadas caso a candidatura à Presidência não decole. O ex-governador tentou convencer os correligionários de que está reagindo e pediu um tempo para que as sondagens de intenção de votos captem o impacto da propaganda partidária do PSDB no rádio e na tevê, que termina na terça-feira da semana que vem. Assim, espera ganhar musculatura para chegar ao dia 18 cacifado para comandar a chapa da terceira via.
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