JUSTIÇA ELEITORAL

Moraes ordena que associação explique financiamento de motociata com Bolsonaro

Decisão atende a pedido do PDT. Partido aponta suspeita de caixa dois na arrecadação do evento

Luana Patriolino
postado em 04/05/2022 18:51 / atualizado em 04/05/2022 18:53
 (crédito:  FILIPE ARAUJO/AFP)
(crédito: FILIPE ARAUJO/AFP)

O ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que a Associação Mensagem de Esperança Campinas (Amec), de São Paulo, se explique sobre uma eventual arrecadação e financiamento de motociata realizada no dia 15 de abril, que teve presença do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em despacho publicado nesta quarta-feira (4/5), o magistrado ordena que o grupo informe e comprove todos os recursos arrecadados.

A decisão atende a um pedido do PDT, que acionou o TSE afirmando que o presidente "vem repetidamente realizando atos de campanha, entre eles, motociatas e discursos inflamados, com vistas a impulsionar a sua candidatura à reeleição, o que é vedado pela legislação eleitoral".

A Amec, que ajudou a organizar a motociata, forneceu uma chave de PIX e pediu contribuições financeiras para que apoiadores de Bolsonaro participassem do evento no interior de São Paulo.

O PDT também disse que Bolsonaro "participou de diversos eventos, com viés eleitoral, ocorridos em Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro, o qual somam despesas orçadas em cinco milhões de reais aos cofres públicos".

Moraes declarou que a decisão que é “inegável” que a conduta da associação poderá impactar nas próximas eleições, “especialmente pela capacidade de financiamento da campanha”.

“No caso, o PDT comprova a venda de ingressos na realização de eventos que, segundo narra, servem para promover a reeleição do Presidente da República. Defende, ainda, a possibilidade de que tais valores possam ser utilizados futuramente na campanha eleitoral, o que potencialmente torna plausível a configuração de "caixa dois", escreveu o ministro.

“Não fosse isso, o perigo da demora está demonstrado, diante da possibilidade real e iminente de realização de novos atos como o impugnado, com viés eleitoral e arrecadação antecipada, sem qualquer fiscalização por parte da Justiça Eleitoral”, disse Moraes.

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