O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) afirmou nesta segunda-feira (2/5) que manterá sua pré-candidatura ao governo do estado caso não haja acordo com o Partido dos Trabalhadores para retirar Fernando Haddad do pleito. Ele defende que o nome escolhido pelas duas legendas seja definido com base não só nas intenções de voto das pesquisas, mas também na possibilidade de votos.
"Se não houver acordo, vamos com a candidatura até o fim", disse França. "Se eles não toparem a [definição por] pesquisa, nós teremos duas candidaturas". A fala foi dada durante sabatina realizada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL.
Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no começo de abril, Haddad lidera com 29% das intenções de voto, seguido por França com 20%, Tarcísio de Freitas (Republicanos) com 10%, e do atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), com 6%. O pré-candidato do PT, porém, tem a maior rejeição entre os eleitores paulistas, 34%, enquanto França tem 20%.
"As pessoas já me conhecem. Um sujeito na rede social me falou: 'prefiro um socialista sincero do que um liberal mentiroso'. Eu nunca menti, estou há 40 anos no mesmo partido", disse o ex-governador. Em razão da menor rejeição, ele defende que sua campanha teria mais sucesso em atrair eleitores avessos à esquerda.
França disse ainda que sua proposta já foi aceita tanto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto pela presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann. Ainda segundo ele, Haddad também teria aceitado, mas há resistência no diretório paulista do partido. O combinado é que quem deixar a disputa ao governo do estado concorrerá ao Senado.
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Lula não será escondido em campanha
O ex-governador afirmou que não esconderá o seu apoio a Lula. O PT e o PSB formaram uma aliança para montar a chapa com o ex-presidente como cabeça e Geraldo Alckmin — filiado em 23 de março ao PSB — como vice.
"Eu sou Lula 'facinho'", disse. "Hoje o que está em jogo é a democracia [contra] a não democracia. E eu vou apoiar a democracia. Nós teremos uma eleição extremamente apertada e perigosa. As pessoas estão subestimando a capacidade do Bolsonaro."
Segundo França, a presença de Alckmin na chapa ao Planalto tem por objetivo ampliar os votos. Ele afirma ainda que pretende fazer o mesmo em sua candidatura ao governo de São Paulo, e que acredita que "outros partidos virão" para sua aliança caso sua candidatura vingue.
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