Durante o evento "Liberdade de Expressão" — no Palácio do Planalto — nesta quarta-feira (27/4), o presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu uma possível suspeição das eleições de 2022 se tiver "algo anormal”.
A matéria foi atualizada às 16h01 de 28 de abril, pois, diferentemente do publicado, o presidente não usou a palavra "suspensão".
Segundo Bolsonaro, isso se estenderia a todos os cargos eletivos, incluindo governos estaduais e para a Câmara, Senado e deputados estaduais. “Não pensam que uma possível suspeição de uma eleição seria só para presidente, isso seria para o Senado, para a Câmara, se tiver algo de anormal”, disse.
O líder do executivo ainda falou diretamente para o ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso. “Se dirigindo ao Barroso, com currículo invejável, não deveria ter tido eleições de 2020 sem a conclusão daquele inquérito que deveria ser sigiloso. Ele mente”, acusou.
“Eles [TSE] convidaram as Forças Armadas para verificar o processo, mas se esqueceram que o chefe das Forças Armadas é Jair Messias Bolsonaro”, afirmou. O inquérito instaurado por meio do Comissão de Transparência Eleitoral (CTE) citado por Bolsonaro foi o divulgado em fevereiro deste ano que concluiu a lisura das urnas eletrônicas.
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Contagem de votos
Bolsonaro falou ainda sobre uma “sala secreta” do TSE. Sem provas, o presidente insinuou que supostamente fabricam o resultado das eleições, de forma não transparente. “Dá pra acreditar nisso? Uma sala secreta, onde meia dúzia de técnicos dizem no final ‘quem ganhou foi essse’”, disse.
Segundo Bolsonaro, uma das sugestões das Forças Armadas no final do inquérito seria uma contagem paralela dos votos no TSE. “Uma das sugestões [no inquérito] seria feita uma ramificação um pouco à direita, um computador das Forças Armadas para contar os votos no Brasil”, disse.