Ciro Gomes (PDT) criticou nesta quarta-feira (27/4) o baixo orçamento brasileiro para investimentos, em comparação com o orçamento total da União. A declaração foi feita durante discurso para vereadores, em Brasília.
"A política não está produzindo resultados e vou botar para vocês o diagnóstico: R$ 4,8 trilhões é o Orçamento da União, um dos maiores orçamentos públicos do mundo. Sabe quanto vai sobrar para investimento, companheirada? R$ 25 bilhões, questionou.
O pedetista ainda criticou o modelo de repasses das emendas do relator-geral do Orçamento, conhecido como "orçamento secreto", em que parlamentares repassam recursos sem transparência.
"E o governo vai investir R$ 25 bilhões e deixou R$ 18 bilhões dessa tal emenda de relator, que é o tal do orçamento secreto, que deputado obriga o prefeito a dar uma propina e depois ele fica livre, porque o repasse é secreto. Essa conta depois vai para o prefeito, pois não terá a verba completa. Essa emenda pega R$ 18 bilhões do investimento."
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Ciro também falou sobre outros aspectos econômicos, como taxas de juros e lucro dos bancos no Brasil.
"Hoje, 75 de cada 100 famílias estão endividadas, 64 milhões de brasileiros estão humilhados como nome sujo no SPC, 6 milhões de empresas estão no Serasa na antesala de fechar. São 18 milhões de empregos perto de fechar por isso. O Banco Central aumenta a taxa de juros de forma criminosa, 1% de aumento da Selic (taxa básica de juros) tira do mesmo Tesouro ,que só tem R$ 25 bilhões para investimento, R$ 60 bilhões."
"Por isso saiu o ranking dos 10 bancos mais rentáveis do planeta e quatro estão no Brasil. Nossa ecomomia é atrasada comparada com Alemanha, Inglaterra, Itália, por exemplo. Isso é porque as pessoas não querem pagar Ninguém?! Não, é porque ninguém no mundo consegue pagar essa taxa que a gente tem no Brasil. Nos EUA são 17% ao ano, aqui são cerca de 300% ao ano. Isso vai acabar se eu for presidente do Brasil", disse.
Sem reeleição
Ciro Gomes ainda fez promessa de colocar o Brasil no mesmo patamar da Espanha em desenvolvimento social nos próximos 30 anos com o projeto econômico e de governança que quer montar. Ele afirmou que pretende montar a base para isso em quatro anos e que não tentará reeleição.
"Brasil vai ser uma Espanha em projeto de desenvolvimento social em 30 anos. A Espanha não é o mais rico e nem o mais pobre país da Europa, e a gente pode chega lá. O Brasil, eu proponho crescer mais de 5% ao ano, menos do que os 6,7% que crescemos por meio século (entre 1930 e 1980). A Colômbia bota 42 de cada 100 garotos no ensino superior e o Brasil coloca 18, é uma prova de que precisamos nos desenvolver", disse.