A Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou não haver provas suficientes para incluir o presidente Jair Bolsonaro (PL) como investigado no inquérito que apura suspeitas de irregularidades na distribuição de verbas do Ministério da Educação (MEC).
No parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, sustentou que uma referência não é suficiente para colocar Bolsonaro na posição de investigado.
"Semelhantes elementos não são suficientes para inclusão do representado como investigado pelos eventos em questão, eis que não apontam indícios da sua participação ativa e concreta em ilícitos penais", diz um trecho do documento. "Se a mera citação de autoridade com foro por prerrogativa de função pelo investigado não é suficiente para atrair a competência do Supremo Tribunal Federal, depreende-se que tal situação tampouco e capaz de imputar àquele a condição de investigado."
Em áudio divulgado pela imprensa, o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma priorizar pastores aliados na liberação de recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE) por pedido expresso de Bolsonaro. "Minha prioridade é atender, primeiro, os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", disse, numa referência a Gilmar Silva dos Santos, que comanda o Ministério Cristo Para Todos, uma das várias ramificações da igreja Assembleia de Deus, em Goiânia (GO). O outro líder religioso sob investigação é Arilton Moura.