Quinto ministro da Educação no governo Bolsonaro, Victor Godoy chegou à pasta em julho de 2020, mesmo mês em que foi nomeado seu antecessor, Milton Ribeiro. Ele ocupou o cargo de secretário-executivo do MEC por pouco menos de dois anos, até ser oficializado, ontem, como titular do ministério. Antes, passou 16 anos na Controladoria-Geral da União (CGU), onde começou como auditor federal.
Godoy tem uma graduação e duas especializações, nenhuma delas na área da Educação. Segundo informações do ministério, ele é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu o curso em 2003, um ano antes de ingressar na CGU.
O novo ministro tem especialização em defesa nacional pela Escola Superior de Guerra. O tema de sua monografia nessa formação é a "competência dos órgãos públicos no combate à corrupção".
O antecessor dele, ex-ministro Milton Ribeiro, foi afastado após denúncias de corrupção envolvendo o gabinete paralelo de pastores que interferiam no empenho de verbas da pasta. Ao anunciar Godoy como seu número 2, em 2020, Ribeiro destacou que o então novo secretário executivo trabalhava na área da CGU que auditava o MEC. Uma de suas primeiras ações na pasta foi exonerar quatro ex-assessores especiais do ex-ministro Abraham Weintraub.
Em 13 de janeiro de 2021, Godoy participou de reunião do MEC com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, a dupla que compunha um "gabinete paralelo" da pasta. A agenda foi um café da manhã com diversos prefeitos. Entre eles, estavam alguns dos que relataram só ter conseguido acesso ao ministério por meio dos pastores, como Nilson Caffer (PTB), Adelícia Moura (PSC), Laerte Dourado (PP) e Fabiano Moreti (MDB).
Godoy também tem especialização em globalização, justiça e segurança humana pela Escola Superior do Ministério Público. Conforme currículo na plataforma Lattes, publicou somente um artigo em periódico científico.
Fontes ligadas à área de educação dizem saber pouco sobre Godoy, que seria conhecido como um "burocrata". Segundo outras fontes, a análise do governo foi que de que a imprensa não envolveu muito o nome dele nas denúncias e que o fato de ter trabalhado na CGU fortaleceria a imagem de maior fiscalização.