O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar nesta terça-feira (12/04) o PL das Fake News. Segundo o chefe do Executivo, caso a urgência tivesse passado, seria criado um “monstrengo”. A declaração ocorreu durante o anúncio de instalações de 12 mil novos pontos de Wi-Fi Brasil em escolas públicas no Palácio do Planalto.
“Não é um governo que se comunica mal. É um governo que conta apenas com a comunicação das mídias sociais, essas que tentaram censurá-las há poucos dias com o malfadado projeto de lei das Fake News. O recado que eu posso dar: só pelo relator, deputados e deputadas, era para rejeitar o projeto. O relator é do Partido Comunista do Brasil. Vocês acham que vem alguma coisa boa de um parlamentar do PC do B ou do PSol ou do PT?”, atacou.
“Ao longo de 28 anos de deputado e dois de vereador, primeira coisa quando ia votar um projeto, qual o partido do autor? PT, PCdoB? 99% de chance de votar contra esse projeto. E agora, lamentavelmente, toda a esquerda votou unida: PT, PCdoB, Psol, votou sim pela urgência. Toda a esquerda. E alguns parlamentar, de outros partidos, ainda bem que não foi a maioria, mas são partidos que têm compromisso com a liberdade, compromisso com a Carta Magna. Votaram sim à urgência, o que ia nascer dali? Um monstrengo”, completou.
Nesta segunda-feira (11/4), durante entrevista, o presidente também comentou sobre o PL das Fake News e alegou que seria de interesse de três ministros da Corte “censurar as redes sociais”. E voltou a comemorar o fim da urgência da proposta das Fake News. “Eu acho esse um dos mais importantes fatos e projetos discutidos em Brasília, que, graças a Deus, não deu passo rumo à regulamentação das mídias sociais”.
No último dia 7, em tom semelhante, parabenizou parlamentares que não votaram pela urgência.
"Parabenizo os parlamentares que não deram urgência”, começou. “Seria uma forma de balizar os excessos das mídias sociais. Quem abre mão de um pouco da sua liberdade para ter segurança, acaba não tendo liberdade, nem segurança. Parabéns aos parlamentares. Por nove votos não passou a urgência. E olha quem era o relator: um deputado do PCdoB. Qualquer proposta enquanto era parlamentar, de acordo com o partido do caboclo, eu já votava contra, eu nem lia o projeto. Não tinha o que discutir. Não pode vir coisa boa de quem defende o comunismo”, alegou na ocasião.
Também assistiu ao evento o deputado federal Daniel Silveira (União-RJ), que cumpre medidas restritivas como o uso de tornozeleira eletrônica por divulgação de fake news e ataques ao STF.