O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte, confirmou nesta quinta-feira (7/4), durante audiência pública na Comissão de Educação do Senado, que participou de quatro agendas com pastores no Ministério da Educação (MEC). No entanto, o chefe do FNDE negou o envolvimento em corrupção na liberação de recursos para municípios.
“Eu os conheci numa agenda no Ministério da Educação, minha relação foi enquanto convidado para essas audiências", disse Marcelo, durante audiência de prestação de esclarecimentos sobre as denúncias de favorecimento indevido na destinação de verbas públicas do MEC.
Ainda segundo o chefe do FNDE, a função desses pastores nas reuniões das quais participou era fazer "alguma fala" ou "oração". "Às vezes fazia alguma fala, alguma oração. Foi o que eu percebi, que eu tive entendimento. Nada além disso que eu tenha percebido. Eram o que eles geralmente faziam”, assegurou.
Presidente do FNDE desde junho de 2020, Marcelo Lopes indicou que não encontrou com prefeitos a pedidos dos pastores e disse que os repasses do fundo aos municípios citados nas denúncias de corrupção foram suspendidos preventivamente.
Marcelo ainda reforçou que acredita na conduta do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. "O ministro Milton Ribeiro tem a minha mais elevada estima. Acredito na conduta dele. Acredito que terceiros usaram o nome dele, e o meu, eventualmente, para se gabaritar ou fazer lobby sem a nossa autorização", afirmou aos senadores.
Saiba Mais
Apuração
A Comissão de Educação do Senado realiza audiências para apurar o beneficiamento indevido na destinação dos recursos da educação. A apuração ocorre após a imprensa ter divulgado áudios em que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro afirma priorizar municípios administrados por prefeitos vinculados aos pastores na liberação de recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE). Na gravação, Ribeiro ainda cita que o favorecimento é um pedido expresso do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na última terça (5), durante audiência pública, três prefeitos confirmaram à Comissão de Educação que receberam pedido de propina para destravar a liberação de recursos do FNDE.