ELEIÇÕES 2022

Campanha de Bolsonaro deixará outras candidaturas do PL com pouco dinheiro

Presidente do partido afirmou que maior parte do fundo eleitoral do partido será destinado à campanha presidencial, e que precisará e terá dificuldade de financiar campanhas estaduais

Dono da maior bancada da Câmara dos Deputados, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, prevê dificuldades para bancar as campanhas de cargos para governos estaduais e para o Congresso Nacional. Isso porque a legenda empenhará a maior parte dos recursos do fundo eleitoral na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro – e os valores não são altos.

“(A campanha do presidente) é cara. No avião presidencial, é R$ 17 mil por hora só o combustível. E ele vai ter que usar o avião todo dia. Temos que dar preferência para ele (Bolsonaro). Agora, temos que partir para cima disso (doações), porque se não, não conseguimos sobreviver”, afirmou Costa Neto, nesta quarta-feira (6/4), na sede do partido, em Brasília.

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Valdemar afirmou, então, que a alternativa para direcionar os valores entre as candidaturas estaduais é arrecadar fundos. “Duro que é só de pessoas físicas, mas vamos lutar por isso. Para a campanha regional, dinheiro nosso não dá nem para sair. Temos 17 candidatos ao senado, 12 ao governo do estado. Como que o pessoal vai trabalhar sem um tostão?”, questionou.

Segundo o presidente do PL, não existe estimativa para cada campanha. "Estamos mortos! Nós temos uma campanha presidencial, temos que montar tudo. Na eleição passada demos um teto para os deputados de mandato, com chance de ganhar. Agora, nós temos que arrecadar. Se não arrecadar, vai ser difícil para nós”.

Fundo eleitoral

O montante para o PL é de cerca de 5% do fundão, equivalente a aproximadamente R$ 280 milhões. O valor é distribuído aos partidos conforme critérios do Tribunal Superior Eleitoral, que leva em conta: distribuição total da verba entre todos os partidos, votos válidos recebidos nas últimas eleições para deputados federais, número de deputados e senadores eleitos para a legislatura iniciada em 2019.

Os números não consideram a migração de parlamentares, tanto na janela partidária quanto anteriormente. O que prejudicou o PL, já que saíram de uma bancada de 43 deputados para 76 na janela partidária, que terminou no fim de semana.

Uma alternativa seria dividir o fundo eleitoral só depois da janela partidária. Segundo Valdemar, a ideia seria um alívio para as campanhas, porém, a ideia seria aprovar já para as eleições municipais.

"Não tenho dúvidas de que os partidos irão aceitar (a proposta). porque todo mundo quer crescer. Agora, não é justo um partido que ficou com oito deputados e nós com 78 ter quase a mesma verba que nós. Vai ser um caos,não consegue dividir o dinheiro de jeito nenhum”, previu.

Luiz Eduardo Peccinin, especialista em Direito Eleitoral sócio da Peccinin Advocacia, explica que o fundo eleitoral só será divulgado oficialmente pelo TSE em 30 de julho e os valores só são repassados aos partidos no ano eleitoral para uso específico nas eleições. Contudo, "o fundo partidário pode ser usado para a manutenção do partido e também nas eleições. Mas o fundo eleitoral, o chamado Fundão, é só para as eleições".

 

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