Defesa

Exercício mulfuncional gamefica operações de paz das Forças Armadas

Chamado de Viking 22, treinamento apresentado pelo Exército visa preparar cadetes para o campo pelo meio digital

Em um esforço conjunto para economizar recursos e pessoal, capacitando militares, policiais e civis para missões integradas, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas participaram de um exercício multifuncional para operações de paz no mundo, o chamado “Viking 22” — que acontece a cada quatro anos. O projeto, realizado nesta terça-feira (5/4), gamefica a experiência tática militar.

O Brasil tem uma tradição de 70 anos em experiência em missões de paz. Ao mesmo tempo, o software conversa com a nova geração de jovens militares que entra nos quartéis já exposta aos videogames. O treinamento foi conduzido pela Defesa sueca em parceria com a norte-americana. Segundo informações do comando militar do Planalto, o projeto teve início em 28 de março e o final está previsto para esta quinta-feira (7) e conta com a participação de 1.750 pessoas.

De acordo com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, este é um esforço para o adestramento de estados maiores e uma oportunidade para a manutenção da paz e da cooperação entre países. “Este é um exercício de envergadura, algo que destaca o tamanho das nossas Forças Armadas. Ressalto a relevância do Brasil em Missões de Paz e seus sucessos, como ocorreu no Haiti (2004 a 2017)”, disse.

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Missão de paz

Conforme explicou o general Cantanhede do Exército, o game tem um cenário fictício chamado “Midland”, um país que passou por uma crise econômica e parte de suas Forças Armadas se rebelou. “Há ações de terroristas, crime organizado e problemas humanitários. Um cenário crítico e complexo onde estamos inseridos. Temos que buscar soluções aos desafios. Já passamos por mais de 58 incidentes apresentados”, explicou.

O general ainda reforçou que este é um exercício multinacional com presença de membros de Forças de outras nações como Guatemala, México, Uruguai, Peru, Bolívia e Chile; além da presença de policiais militares (PMs). “A Otan faz parte deste exercício”, completou.

Durante a apresentação, Midland foi apresentada como um país em crise (econômica, colapso social e violência), ambientado no mundo nórdico. A crise em Midland se espalha por Southland, outro país fictício onde há pobreza e crise de refugiados. O país quer independência, mas a crise se intensifica pois há campos de petróleo na fronteira ente os países apresentados, além da presença das agências da Organização das Nações Unidas (ONU).

Software

O Viking é realizado por meio de uma plataforma de treinamento de computadores projetada para preparar civis, militares e policiais para atuarem em tais missões a fim de responderem a situações de crise em âmbito global. O exercício é articulado em cinco sítios remotos (Suécia, Brasil, Bulgária, Finlândia e Bulgária). No Brasil, é conduzido pelo Exército brasileiro, por intermédio do Comando de Operações Terrestre (Coter).

Desenvolvido pela Masa do Brasil, a simulação é focada nas necessidades dos usuários e mergulha a equipe em conflitos de grande escala, operações de estabilização, ameaças terroristas ou catástrofes naturais para uma integração entre as Forças.

O coronel Vaz, do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCopab), explicou que o maior desafio das operações em campo é a integração em campo entre as Forças. “Fazemos treinamentos isolados para cada área, mas um exercício como esse nos dá margem para avaliar a parte de integração ou comunicação. Assim, avaliamos por meio do cumprimento dos objetivos se o que está faltando talvez seja conhecimento das normas da ONU”, explicou. “No final do dia, avaliamos onde podemos melhorar.”