O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que esperava a presença de Marina Silva em evento da Rede Sustentabilidade na tarde desta quinta-feira (28/4). A legenda declarou oficialmente o apoio à pré-candidatura do petista, mas também permitiu que seus membros apoiem Ciro Gomes (PDT), uma vez que parte da Rede — incluindo a ex-ministra — tem ressalvas a Lula.
“Esperava que a Marina estivesse aqui”, lamentou o presidenciável em seu discurso. “Não sei porque, às vezes, ela demonstra um momento de raiva. Eu aprendi a gostar da Marina ainda com ela menina lá no estado do Acre.”
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Marina Silva já foi filiada ao PT e ministra do Meio Ambiente, no primeiro governo de Lula e em parte do segundo. Ela renunciou ao cargo em 2008, e, naquele mesmo ano, trocou o PT pela Rede Sustentabilidade. Em 2014, ao concorrer ao Planalto, a ex-ministra sofreu duros ataques por parte da campanha de Dilma Rousseff (PT), e não tem boa relação com o antigo partido.
“Eu perdi muitas amizades com muitos intelectuais que achavam que iam ser chamados para ser ministros do Meio Ambiente”, disse Lula, ressaltando que convidou Marina para o ministério quando estava em viagem a Nova York.
A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, também acenou à ambientalista e afirmou que ela é um dos quadros mais importantes da Rede, dizendo ainda que não ‘há mágoas” do PT com a ex-ministra.
O ex-presidente participou de evento da Rede Sustentabilidade com o mote "Rede com Lula", nesta quinta. Na ocasião, o partido declarou oficialmente seu apoio ao petista, sendo a primeira sigla de fora da federação com o PT a fazê-lo.
Federação
Além de Lula, o partido liberou o apoio ao presidenciável pelo PDT, Ciro Gomes, em resolução sobre o processo eleitoral divulgado ontem. No documento, a Rede registra decisão de formar Federação Partidária com o PSol, e que o foco dos dois partidos será formar chapas a deputados federais para superar a cláusula de barreira e garantir presença forte no Congresso.
Por sua vez, o PSol definirá o apoio a Lula neste sábado (30), em convenção eleitoral realizada em São Paulo. O apoio será votado, mas a decisão é dada como certa.
Lula está em Brasília desde ontem para participar do evento da Rede e também da abertura de Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, na noite de hoje. Seu vice, Geraldo Alckmin, é filiado à legenda.
"A Rede Sustentabilidade está tomando um passo de muita coragem e ousadia", afirmou o porta-voz nacional do partido, Wesley Diógenes. Para ele, Bolsonaro "precisa ser derrotado no primeiro turno. A gente entende que sua candidatura (de Lula) é uma candidatura que reúne as forças democráticas, as melhores condições para derrotar esse genocida que está na Presidência da República".
Plano de governo
O partido entregou a Lula documento com propostas para o plano de governo do ex-presidente. Pedro Ivo, um dos principais porta-vozes da Rede, ressaltou que a aliança com o PT é programática, e o objetivo é uma vitória no primeiro turno. "O Brasil não é a França, que tem um segundo turno civilizado", afirmou.
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu que a aliança é incondicional, não apenas das propostas entregues pela legenda. "Estamos sendo o primeiro partido fora da federação com o PT a anunciar que apoiamos incondicionalmente a sua candidatura", afirmou, dirigindo-se a Lula.
Gleisi Hoffmann reforçou que o projeto entregue pela Rede é muito importante "para derrotar Bolsonaro". E disse ainda que o atual presidente sabe que vai perder as eleições, e que, por isso, ataca as instituições. "Quem tem 60% de rejeição não ganha", comentou.
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