O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (28/4) que a decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a parcialidade da Lava-Jato foi uma "lavagem de alma" e que o ideal seria "se pudesse tirar o (presidente Jair) Bolsonaro (do poder) e me colocar no lugar". A fala foi dada em evento da Rede Sustentabilidade no qual a legenda anunciou oficialmente o apoio à pré-candidatura de Lula à Presidência.
"A ONU deu 180 dias para o governo brasileiro se manifestar. O ideal seria se [a ONU] pudesse tirar o Bolsonaro e me colocar no lugar", afirmou o ex-presidente. Ele ainda disse que gostaria de um pedido de desculpas "da imprensa, que dizia que eu era um bandido".
O Comitê de Diretos Humanos da ONU divulgou hoje relatório no qual conclui que a atuação de Moro nas ações contra Lula no âmbito da Lava-Jato foram parciais e que o ex-presidente teve seus direitos políticos violados ao ser impedido de concorrer nas eleições de 2018.
O ex-presidente participou de evento da Rede Sustentabilidade com o mote "Rede com Lula", nesta quinta. No evento, o partido declarou oficialmente seu apoio ao petista, sendo a primeira sigla de fora da federação com o PT a fazê-lo.
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Federação
Além de Lula, o partido liberou o apoio ao presidenciável pelo PDT, Ciro Gomes, em resolução sobre o processo eleitoral divulgado ontem. No documento, a Rede registra decisão de formar Federação Partidária com o PSol, e que o foco dos dois partidos será formar chapas a deputados federais para superar a cláusula de barreira e garantir presença forte no Congresso.
Por sua vez, o PSol definirá o apoio a Lula neste sábado (30), em convenção eleitoral realizada em São Paulo. O apoio será votado, mas a decisão é dada como certa.
Lula está em Brasília desde ontem para participar do evento da Rede e também da abertura de Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, na noite de hoje. Seu vice, Geraldo Alckmin, é filiado à legenda.
"A Rede Sustentabilidade está tomando um passo de muita coragem e ousadia", afirmou o porta-voz nacional do partido, Wesley Diógenes. Para ele, Bolsonaro "precisa ser derrotado no primeiro turno. A gente entende que sua candidatura (de Lula) é uma candidatura que reúne as forças democráticas, as melhores condições para derrotar esse genocida que está na Presidência da República".
Plano de governo
O partido entregou a Lula documento com propostas para o plano de governo do ex-presidente. Pedro Ivo, um dos principais porta-vozes da Rede, ressaltou que a aliança com o PT é programática, e o objetivo é uma vitória no primeiro turno. "O Brasil não é a França, que tem um segundo turno civilizado", afirmou.
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu que a aliança é incondicional, não apenas das propostas entregues pela legenda. "Estamos sendo o primeiro partido fora da federação com o PT a anunciar que apoiamos incondicionalmente a sua candidatura", afirmou, dirigindo-se a Lula.
A presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann reforçou que o projeto entregue pela Rede é muito importante "para derrotar Bolsonaro". E disse ainda que o atual presidente sabe que vai perder as eleições, e que, por isso, ataca as instituições. "Quem tem 60% de rejeição não ganha", comentou.
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