Congresso

Comissão de Educação do Senado aprova convite para depoimento de Weintraub

Ex-ministro da Educação disse que Bolsonaro teria pedido para "entregar" o FNDE ao Centrao desde 2020. Autor do requerimento, Randolfe Rodrigues quer novas informações

Raphael Felice
postado em 27/04/2022 11:48 / atualizado em 27/04/2022 11:49
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Comissao de Educação, Esporte e Cultura (CE) do Senado aprovou requerimento para receber o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para confirmar declarações sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter pedido a ele, em março de 2020, que "entregasse" o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ao Centrão.

Autor do requerimento, Randolfe Rodrigues (REDE-AP) afirmou que se instalou no âmbito do MEC-FNDE um "balcão de negócios", com "presença de lobistas" — os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura — e de fraudes em licitações.

Além de solicitar informações sobre as supostas irregularidades, Randolfe disse que Weintraub pode também contribuir com maiores informações.

"O FNDE, diante dos elementos que nós temos, foi transformado em balcão de negócios de interesses políticos, eleitorais e de interesses desses senhores na atuação de lobistas. Diante da declaração do Senhor Weintraub, que isso foi reivindicado pelo presidente da República desde muito antes, eu creio que seja importante ouvir o senhor Weintraub para que sua excelência diga publicamente o que já disse reiteradamente, ou traga novas informações sobre os fatos que essa comissão já tem, acompanhando a investigação"

Centrão

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub vem fazendo diversas críticas ao governo Bolsonaro e sua aliança com o Centrão. No dia 12 de abril, em entrevista à CNN, o pré-candidato pelo Brasil 35 ao governo de São Paulo disse recebido uma ordem direta do presidente para que “entregasse” o comando do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Centrão, bloco parlamentar que reúne o atual partido do presidente e a sigla do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). Após sair do MEC, o ex-ministro chegou a ocupar cadeira no Banco Mundial com alto salário, mas desde que deixou o cargo, passou a ser crítico do governo Bolsonaro.

"O senhor presidente da República reivindicou dele (Weintraub) à época que a condução do FNDE fosse entregue ao Centrão, bloco parlamentar que, na prática, dirige esse bloco do MEC e de onde originaram as denuncias com as quais essa comissão tem conduzindo as investigações, com os instrumentos que tem. Se instalou no MEC um balcão de negócios com todos os seus requintes. De um lado, a atuação de lobistas, como é o caso do Gilmar e do Arilton, e do outro, um processo continuado de fraudes em licitações", afirmou Randolfe.

 


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