Funcionalismo

PF aumenta pressão sobre Bolsonaro por reajuste e expõe cobranças

ADPF votou essa semana e decidiu que se reunirá com outros presidenciáveis para "expor a necessidade de um verdadeiro compromisso com a valorização dos policiais da União"

Correio Braziliense
postado em 21/04/2022 16:21 / atualizado em 21/04/2022 16:22
 (crédito:  Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

Em clima de inconformismo com o reajuste de 5% aos servidores federais anunciado nas últimas semanas, delegados da Polícia Federal se reuniram nesta semana para discutir pressão sobre o governo, diálogo com presidenciáveis sobre o compromisso com a classe.

A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) deverá aumentar a pressão sobre o governo federal após a votação feita na noite de terça-feira (19/4). O grupo decidiu que fará reuniões com presidenciáveis para “expor a necessidade de um verdadeiro compromisso com a valorização dos policiais da União, o que não ocorreu nos últimos anos”.

Essa é uma vitória da ala que defende uma ruptura com o presidente Jair Bolsonaro (PL), após a frustração com o reajuste anunciado. O presidente havia prometido reestruturação das carreiras, medida que resultaria em um reajuste salarial entre 16% e 20%, a fim de suprir perdas inflacionárias.

Cobrança nas redes sociais

Além de reuniões com presidenciáveis, os delegados federais aprovaram a realização de uma cobrança em massa nas redes sociais do governo e do presidente. Eles defendem que sejam expostos vídeos que mostram o chefe do Executivo firmando compromissos de recomposição a desvalorização dos policiais.

O colegiado também aprovou a exposição das quatro trocas do comando da PF feitas por Bolsonaro em sua gestão, apontando a desvalorização da corporação pelo governo em todos os eventos oficiais do órgão.

A entidade ainda aprovou a participação de delegados nas manifestações de policiais federais marcadas para a próxima quinta-feira (28). Há também o indicativo de paralisação - que funciona como uma autorização prévia para interromper os serviços da corporação. A medida deve ser ratificada na próxima assembleia, marcada para 2 de maio.

A categoria também afirmou que “não se manterá inerte” diante do uso da corporação como “ferramenta publicitária e de marketing político” do governo, já que a segurança pública é uma das bandeiras de campanha do presidente desde 2018.

“Alinhados aos sentimentos de todas as forças de segurança ligadas ao Ministério da Justiça, que viram a pauta da segurança pública ser alçada como bandeira pelo governo enquanto os policiais não receberam qualquer valorização do seu trabalho e sacrifício, os delegados federais aprovaram de forma categórica todas as medidas apresentadas na assembleia”, resumiu a ADPF, em nota.

Leia a íntegra da nota da ADPF

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) comunica que a classe se reuniu em assembleia na última terça-feira (19/4) para decidir e alinhar medidas e providências a serem tomadas em reação à clara omissão do Governo Federal, que até o momento não assinou Medida Provisória de Reestruturação das Carreiras Policiais Federais, cujo orçamento de 1,7 bilhão já foi aprovado pelo Congresso. O sentimento de frustração da categoria se amplifica diante do noticiado reajuste linear para os servidores públicos federais.

Alinhados aos sentimentos de todas as forças de segurança ligadas ao Ministério da Justiça, que viram a pauta da segurança pública ser alçada como bandeira pelo Governo enquanto os policiais não receberam qualquer valorização do seu trabalho e sacrifício, os delegados federais aprovaram de forma categórica todas as medidas apresentadas na assembleia.

Entre as ações que serão tomadas, ressalta-se a realização, no próximo dia 28 de abril (quinta-feira), de mobilização de todos os policiais federais. O ato acontecerá em todas as unidades da Polícia Federal espalhadas pelo Brasil.

A ADPF também apresentará ao Diretor-Geral da Polícia Federal, um comunicado que recomenda a todos os delegados federais que não viajem em missão sem o pagamento prévio de diárias, bem como estabeleça, em 30 dias, critérios para compensação ou remuneração do regime de sobreaviso, que tanto sobrecarrega os policiais.

A entidade aprovou, ainda, o indicativo de recomendação de operação-padrão e redução de produtividade nas atividades administrativas de fiscalização, bem como indicativo de paralisação das atividades junto com os demais cargos da PF, esta última a ser ratificada em assembleia no dia 02 de maio.

Por fim, reforça o posicionamento, cada vez mais firme, de que, caso o presidente da República, Jair Bolsonaro, descumpra o compromisso público assumido por ele diversas vezes, os policiais da União não se manterão inertes diante do uso da valorização da segurança pública e da excelente imagem da Polícia Federal como ferramenta publicitária e de marketing político.

 

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